Ainda compensa investir em Renda Fixa em um cenário de juros baixos?

Ainda compensa investir em Renda Fixa em um cenário de juros baixos?

27/08/2020 às 16:38

27

Quinta

Ago

3 minutos de leitura
Compartilhar
Compartilhe

O cenário econômico do Brasil mudou muito nos últimos cinco anos. Fatores políticos foram impactantes, mas novos incentivos fiscais e os recordes de diminuição dos juros básicos fizeram com que o país entrasse em um patamar jamais antes visto. 

Não à toa, o número de brasileiros interessados em investimentos cresceu abruptamente em diversos, fazendo com que muitos saíssem da poupança e até mesmo da Renda Fixa. Mas pensando nestes produtos “conservadores”, ainda vale a pena investir em fundos que dependem da taxa básica de juros?

Vamos ao cenário:

Juros nominais (quanto o seu investimento rendeu, cálculo antes de ser descontada a inflação, ou seja, rendimento bruto) e juros reais (quanto o seu investimento rendeu depois de a inflação ser descontada) em suas mínimas históricas. E mesmo assim, garanto que digo sim para essa resposta. 

Independentemente do valor da taxa Selic, a nossa taxa básica de juros da economia é referência para a rentabilidade de diversos investimentos, sempre se enxergou a necessidade de se investir na modalidade de renda fixa. 

Como exemplo disso, são os investimentos internacionais. Mesmo a juros baixos, os estrangeiros não deixam de ter uma parte da alocação de seus portfólios em títulos públicos.

Nos EUA, por exemplo, mesmo com os juros entre 0 e 0,25%, os famosos treasuries americanos não deixam de ser uma opção considerada segura e necessária. E durante a crise, mais ainda, justamente pelas incertezas do momento e do futuro. 

Outro ponto importante: a reserva de liquidez e sobre ela ser considerada uma oportunidade. Chamemos de reserva de oportunidade então.

Mas como assim?

Investimentos em ativos de renda fixa com alta liquidez podem caracterizar uma estratégia em momentos de oportunidade. Já pensou nisso? Imagina ter um capital destinado a um investimento seguro e líquido, ou seja, que te possibilite o resgate a qualquer momento sem prejuízos financeiros.

Esse investimento pode ser utilizado em um momento estratégico, exemplo quando você encontrar alguma oportunidade em outra classe de ativo.  

Pensando assim, a carteira mais arrojada, pensada para o perfil de investidor com maior apetite ao risco, não necessariamente vai representar a mais estratégica – o que pode parecer para muitas pessoas, já que é composta por uma grande parte de ativos de renda variável, que são considerados os ativos com maior potencial de rentabilidade.  

E por quê? Uma carteira balanceada, e baseada na teoria moderna de portfólio de Harry Markowitz, que em 1990, pensou na minimização dos riscos e maximização dos retornos, enfatizou a importância de que, MESMO uma carteira elaborada para um perfil arrojado, pode e deve ter ativos de renda fixa.  

Dependendo de diversos fatores, uma carteira com objetivos majoritariamente arrojados, pode não ser tão líquida – e o que eu sinalizaria como liquidez nesse caso: o tempo para que você encontre um comprador para diminuir posição em um determinado ativo, ou ainda, poder vender seu ativo em um momento que não te cause prejuízo financeiro.  

Mas afinal, vale a pena ou não?

Para concluir, a renda fixa não morreu. Neste artigo, pensei em trazer pontos interessantes para o conceito da renda fixa como um todo, independentemente da manutenção das taxas de juros.

Obter ativos de renda fixa, que costumam ser mais líquidos que os de renda variável, como estratégia para oportunidades que podem surgir e a importância de pensar em um portfólio diversificado e composto por diversas classes de ativos se mostra interessante e essencial, respectivamente, independente do seu perfil de investidor. 

Não deixe de conferir os nossos conteúdos semanais, inclusive a minha coluna, para saber ainda mais sobre investimentos e mercado financeiro. Ah, e me siga no Instagram para uma experiência ainda melhor!

*Este artigo foi escrito por Marina Seixas, produtora de conteúdos da Monte Bravo.

Artigos Relacionados

  • 06

    Segunda

    Mai

    06/05/2024 às 16:05

    Investimentos

    A Carta Mensal de maio já está disponível!

    Compartilhe

    CompartilheNesta edição, nossos especialistas pontuam que a perspectiva para os investimentos em ativos brasileiros em 2024 segue favorável. A incerteza em relação à desinflação, no entanto, atrasou os cortes nos EUA — postergando o rally destes ativos. Confira mais alguns dos principais temas abordados:

    Continue lendo
  • 03

    Sexta

    Mai

    03/05/2024 às 14:22

    Investimentos

    Estratégias de Investimento no Tesouro Direto para Curto, Médio e Longo Prazo

    Compartilhe

    CompartilheInvestir no Tesouro Direto é uma excelente opção para quem busca segurança, rentabilidade e flexibilidade. Seja para realizar sonhos de curto prazo, como uma viagem internacional, ou objetivos de longo prazo, como a aposentadoria, ele oferece soluções personalizadas para cada perfil de investidor. Neste artigo, exploraremos estratégias de investimento no Tesouro Direto, abrangendo horizontes de …

    Continue lendo
  • 02

    Quinta

    Mai

    02/05/2024 às 10:57

    Economia

    Monte Bravo Analisa | Federal Open Market Committee (FOMC) 01.05.2024

    Compartilhe

    CompartilheFed mantém Fed Funds em 5,50%, mas reduz ritmo de venda de treasuries de US$ 60 bilhões para US$ 25 bilhões por mês O FOMC manteve a taxa de Fed Funds (juros base dos EUA) em 5,50% a.a. e avalia que os riscos para o duplo mandato de pleno emprego e inflação evoluíram para um …

    Continue lendo

Fechar

Loading...