Monte Bravo Experience: especialistas recomendam investimentos internacionais como proteção de patrimônio
29/10/2025 • 4mins de leitura
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Instabilidade do Real é um dos fatores apontados pelos especialistas
A diversificação de investimentosno exterior tem se consolidado como uma estratégia importante para investidores brasileiros que buscam proteger seu patrimônio e ampliar oportunidades de rentabilidade. Esse foi um dos temas principais do evento promovido pela Monte Bravo, que nesta edição, realizada no Rio de Janeiro, reuniu gestores que atuam no mercado internacional para discutir como ampliar a segurança da carteira de investimentos, perante a inflação, a instabilidade política e as variações cambiais.
Cenário macroeconômico e perspectivas de mercado
O painel contou com a participação de Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo e o gestor Rogério Xavier, fundador da SPX Capital. Eles ressaltaram que diversificar internacionalmente não se trata apenas de uma proteção cambial, mas também de uma oportunidade para acessar setores e tendências que ainda não têm representação no mercado brasileiro.
Mathias também apontou que “muitos dos setores que deveríamos estar investindo só são acessíveis em bolsas fora do Brasil. A bolsa brasileira é composta por 35% de commodities, 30% de bancos e de algumas grandes empresas. Não há uma diversificação setorial, de inovação. O investidor tem que buscar alocação neste perfil de investimento e a alternativa para isso é a diversificação global”.
Alexandre Mathias, Rogério Xavier e Filipe Portella durante painel sobre cenário macroeconômico e perspectivas de mercado. Foto: Divulgação
Os especialistas apontam que a economia dos Estados Unidos está sendo sustentada principalmente pelo crescimento da tecnologia e inteligência artificial (IA), e pelo “efeito riqueza”, gerado pela alta das ações de tecnologia, que impulsionam o consumo.
Xavier pontuou que os Estados Unidos ainda sustenta o mundo, porque regiões como Europa e China ainda estão decepcionando. “A China no modelo e a Europa que não consegue entregar crescimento. Eu acho que a grande interrogação está nos Estados Unidos, se irão continuar tendo crescimento. Porque nós [Brasil] estamos pendurado em um fator de risco frágil”.
Outro ponto destacado por eles é o risco de reavaliação das “Magnificent Seven” (Mag Seven). Empresas de tecnologia estão se tornando intensivas em capital, energia e ativos físicos (data centers, semicondutores), migrando de um modelo de “soft assets” (serviços, propaganda) para um modelo mais parecido com empresas industriais.
“Não sei em que ponto do ciclo, mas é muito provável começarmos a ver essas empresas [software] sendo classificadas como industriais. A partir disso, teremos uma reavaliação do preço dessas companhias. Quando isso ocorrer, parte dessa exuberância que vimos na evolução do preço será corrigida, isso pode afetar o consumo dentro dos Estados Unidos”, explica Xavier.
Diversificação internacional: como montar uma carteira à prova de Brasil
O painel reuniu Daniel Haddad, CIO da Avenue e Alex Carpenter, Head de Investimentos Globais da Monte Bravo nos Estados Unidos. Haddad chamou atenção para a falta de renovação no mercado de capitais brasileiro. “A bolsa americana, do ponto de vista internacional, é três vezes maior do que a bolsa brasileira. O mercado americano é onde o mundo se encontra”, explica ele.
“Quando falamos do ponto de vista estrutural, vale a pena pensar sobre alguns números dos Estados Unidos para entender melhor. A população americana representa 4% da população mundial, mas apenas esse percentual consome 30% de tudo que é produzido no mundo. Então, se tiver uma crise americana, certamente vai afetar bastante o Brasil ou qualquer país emergente.”, pondera Haddad.
Pier Mattei, Alex Carpenter e Daniel Haddad, no painel sobre diversificação internacional. Foto: Divulgação
Carpenter aponta que há alternativas além dos Estados Unidos para quem busca diversificação e segurança fora do país. “Se você não acredita nos Estados Unidos, existem três países [com rating] AAA e juros parecidos: Noruega, que é o meu favorito, Austrália e Nova Zelândia. Esses são boas opções para investir, defender o seu portfólio em renda fixa e [mitigar] o risco dos Estados Unidos”.
“Eu acho que ouro ainda é um ativo para se ter nos portfólios. Temos uma alocação de mais ou menos 5% em nossos portfólios em ouro. A função dessa alocação é proteger contra uma desvalorização do dólar. Porque compramos os bonds em dólar. É uma proteção contra uma desvalorização da moeda, que funcionou perfeitamente este ano. O dólar desvalorizou 10% e ouro subiu 60%”, explica Carpenter.
Em relação à proteção cambial, os especialistas destacaram que a diversificação internacional ajuda a mitigar os impactos das mudanças e da instabilidade econômica. No Brasil, diferentes moedas já circularam nas últimas décadas, enquanto o dólar se manteve como referência global de estabilidade.
Os especialistas reforçaram, ao fim do debate, que mais do que escolher o país ou o ativo, é fundamental entender o perfil e os objetivos de cada investidor antes de definir a alocação. A recomendação é que a diversificação, seja em renda fixa, ações ou ativos no exterior, faça parte de uma estratégia estruturada e de longo prazo.
Sobre a Monte Bravo
Fundada em 2010 por Pier Mattei e Filipe Portella, a Monte Bravo é uma empresa de assessoria financeira e gestão patrimonial. Atualmente, possui mais de R$ 45 bilhões sob custódia, com a meta de alcançar R$ 100 bilhões nos próximos anos. O foco da empresa está em oferecer uma assessoria completa e personalizada para os segmentos de alta renda e private, cuidando do patrimônio dos clientes com excelência, atenção e visão de longo prazo.
Para isso, a Monte Bravo conta com um ecossistema robusto que inclui serviços de Wealth Planning, Family Office, Investment Banking, International Investments, além de uma Asset, especializada em fundos de crédito e imobiliário. Ao todo, são atendidos mais de 20 mil clientes, em uma estrutura que conta com mais de 500 colaboradores e nove escritórios no Brasil, nas cidades de São Paulo, Campinas, São José do Rio Preto, Curitiba, Porto Alegre, Santa Maria, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia.