Consumo resiliente e exportações sustentam PIB no 2T25, enquanto investimentos retraem

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Por: Monte Bravo
02/09/2025 • 3 mins de leitura

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  • Economia brasileira cresceu 0,4% na margem no 2T25, acima das expectativas;
  • Consumo e exportações lideraram as altas entre os componentes da demanda;
  • Em termos anuais, o PIB do Brasil cresceu 2,2% no trimestre;
  • Cenário reforça cenário com cortes de juros a partir de janeiro de 2026;
  • Mantemos a projeção de crescimento de 1,9% para o PIB em 2025.

A economia cresceu ligeiramente acima do esperado no segundo trimestre de 2025. O consumo e as exportações lideraram a alta entre os componentes da demanda. Entre os setores da oferta, a indústria e serviços expandiram na margem, enquanto a agricultura registrou contração menor que a projetada.

Apesar do consumo crescer, os investimentos contraíram na margem, levando a queda da demanda doméstica no 2T25. Esse comportamento dos setores mais sensíveis ao ciclo interno reflete os efeitos da política monetária restritiva.

A expectativa é de que o processo de desaceleração da demanda doméstica prossiga no segundo semestre, contribuindo para aliviar o excesso de capacidade da economia.

O PIB cresceu 0,4% na margem no 2T25, ficando ligeiramente acima da nossa projeção e do consenso do mercado — que esperavam altas de 0,2% e 0,4% na margem, respectivamente. Em termos anuais, o PIB cresceu 2,2%, desacelerando em relação ao crescimento de 2,9% no 1T25.

O consumo manteve resiliência, com alta de 0,5% na margem, mas em ritmo menor que no trimestre anterior (+1,0%). O mercado de trabalho aquecido e o nível elevado das transferências de renda continuam sustentando a demanda, embora o efeito dos juros mais altos sobre o crédito devam se intensificar no segundo semestre, pressionando o custo dos financiamentos e elevando a inadimplência.

Os investimentos contraíram 2,2% na margem devido à queda da produção de bens de capital e da construção civil, que contraiu 0,2% na margem — indicando que o aumento das taxas de juros está impactando o setor.      

A demanda doméstica, composta por consumo e investimentos, caiu 0,2% na margem, após o ajuste da variação de estoques.

O setor externo contribuiu positivamente para o crescimento, com avanço de 0,6% na margem, resultado da forte queda das importações (-2,9%) e da recuperação das exportações (+0,7%).

Pela ótica da oferta, a indústria cresceu 0,5% na margem e 1,1% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho positivo foi concentrado na indústria extrativa mineral (+5,4%), que compensou as quedas da indústria de transformação e da construção civil.

Os serviços tiveram um desempenho positivo, com alta de 0,6% na margem. Os serviços financeiros, serviços de tecnologia, transportes e atividades imobiliárias cresceram na margem, enquanto os serviços públicos (saúde e educação) tiveram contração na margem.

A agricultura contraiu 0,1% na margem. O desempenho, no entanto, foi bem melhor que o esperado, com destaque para o aumento de produção de soja, milho, café e algodão. 

Após a divulgação, mantemos a projeção de crescimento de 1,9% para o PIB em 2025, o que pressupõe altas modestas de 0,1% no 3° e 4° trimestres.

O desempenho do 2T25 confirma a perda de dinamismo da economia, em linha com o esperado, já refletindo os impactos do aumento da taxa de juros reais sobre a demanda interna. Setores cíclicos como construção civil, indústria de transformação e comércio tendem a sentir mais intensamente essa desaceleração.

Esse cenário reforça nossa avaliação de que a moderação do crescimento ao longo do segundo semestre deve levar o hiato do produto a níveis próximos da neutralidade no fim do ano. Tal movimento abrirá espaço para que o Banco Central inicie o ciclo de cortes de juros em janeiro de 2026, com a taxa Selic projetada em 11,0% a.a. em dezembro de 2026.

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236
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