Análise
08/05/2024 • 3 mins de leitura
Monte Bravo Analisa | Copom reduz taxa Selic para 10,50% a.a.
Após a reunião desta quarta-feira (08), O Comitê de Política…
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O IPCA registrou alta de 0,26% em maio, abaixo da nossa expectativa e do consenso do mercado.
O IPCA teve surpresa favorável com comportamento benigno das medidas qualitativas. O núcleo arrefeceu na margem e os bens mantiveram a tendencia de redução do repasse da depreciação cambial dos últimos meses.
Os serviços tiveram desaceleração na margem, com a deflação de passagens aéreas e o núcleo de serviços — que também registrou menor pressão, embora permaneça em patamar elevado.
A surpresa de inflação de curto prazo é um ponto favorável e traz conforto para o Banco Central. No entanto, a estratégia da política monetária está focada no horizonte relevante da política monetária e os dados correntes não trazem maiores informações para esse horizonte.
Avaliamos que o Banco Central encerrou o ciclo de alta com a taxa Selic em 14,75% a.a. As menções no comunicado da última decisão à incerteza elevada, ao estágio avançado do ciclo, às defasagens e à necessidade de cautela, além da menção ao patamar contracionista por um período prolongado, sancionam nossa expectativa de que o ciclo de aperto esteja encerrado.
A dinâmica do cenário de inflação demandará a permanência da taxa Selic no patamar atual por um período prolongado. Isso deve levar o Banco Central a promover o início do ciclo de cortes de juros a partir de janeiro de 2026, levando a taxa Selic para 11,0% a.a. no final do ciclo.
Em maio, as principais fontes de alívio foram a deflação dos combustíveis, como gasolina e diesel, a queda das passagens aéreas e a deflação de eletroeletrônicos. Soma-se a esses fatores a dinâmica positiva de alimentos.
Os núcleos foram menos pressionados, com destaque para a desaceleração dos núcleos de bens na margem.
Os núcleos registraram alta de 0,30% em maio, recuando em relação a abril. No acumulado de 12 meses, a variação passou de 5,3% em abril para 5,2% em maio. Essa dinâmica indica uma inflexão nos núcleos, mas é preciso acumular alguns meses de leituras favoráveis para confirmar essa tendência de desaceleração.
O núcleo de bens teve forte desaceleração na margem, passando de 0,72% em abril para 0,20% em maio. No acumulado de 12 meses, desacelerou de 3,6% em abril para 3,5% em maio.
Os serviços ficaram menos pressionados devido à deflação de passagens aéreas e o fim da alta de serviços de TV a cabo. O núcleo de serviços, excluindo passagens aéreas, registrou alta de 0,42% em maio, com menor pressão de alimentação fora do domicílio e serviços pessoais. Em termos anuais, o núcleo de serviços seguiu acelerando, passando de 6,7% em abril para 6,8% em maio. O patamar segue preocupante, considerando a inércia do grupo.
Para junho, projetamos uma alta de 0,36% no IPCA devido ao impacto da bandeira vermelha 1 de energia elétrica — que deverá ser compensado em parte pela redução do preço da gasolina.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |