IPCA de junho tem composição menos favorável, refletindo núcleos de inflação ainda elevados

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Por: Monte Bravo
10/07/2025 • 3 mins de leitura

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  • IPCA teve alta de 0,24% em junho, em linha com nossas projeções;
  • Resultado veio com composição menos favorável, refletindo núcleos ainda elevados;
  • Cenário de inflação segue desafiador e demanda manutenção da Selic em 15,00% por período prolongado;
  • Para julho, projetamos uma variação de 0,37% para o IPCA.

O IPCA registrou alta de 0,24% em junho, ficando em linha com nossa expectativa e acima do consenso do mercado.

O resultado veio com uma composição menos favorável, refletindo núcleos de inflação ainda em níveis elevados, apesar da manutenção de uma dinâmica benigna entre os bens — que seguem limitando o repasse da depreciação cambial aos preços.

Os serviços aceleraram na margem, com as altas de alimentação fora e transporte por aplicativo. O núcleo de serviços se manteve em patamar elevado, conforme o esperado.  

O cenário de inflação segue desafiador e com a inflação acima da meta, exigindo cautela do Banco Central. A estratégia de manter a taxa Selic estável em 15,00% a.a. por um período prolongado segue sendo a opção mais adequada nesse momento, reforçando que os dados correntes não trazem maiores informações para esse horizonte.

Nossa visão é que até o início de 2026 a inflação projetada pelo Banco Central no horizonte relevante vai estar na meta. Isso deve levar o Banco Central a promover o início do ciclo de cortes de juros a partir de janeiro de 2026, levando a taxa Selic para 11,00% ao final do ciclo.

Os núcleos permaneceram em patamar elevado, com destaque para o núcleo de serviços, que tiveram leve aumento na margem. 

Os núcleos registraram alta de 0,29% em junho, levemente abaixo do patamar de 0,30% em maio. No acumulado de 12 meses, a variação ficou estável em 5,2% em junho. O comportamento dos núcleos não confirmou a expectativa de continuidade da desaceleração vista entre abril e maio.

O núcleo de bens teve desaceleração na margem, passando de 0,20% em maio para 0,05% em junho. No acumulado de 12 meses, desacelerou de 3,5% em maio para 3,4% em junho.

Os serviços ficaram mais pressionados devido à alta de serviços de transportes por aplicativos e a continuidade da pressão de alimentação fora do domicílio. O núcleo de serviços, excluindo passagens aéreas, registrou alta de 0,43% em junho, ficando estável em relação a maio. Em termos anuais, o núcleo de serviços seguiu pressionado, ficando estável em 6,8% em junho. O patamar segue preocupante, o que exige que a taxa de juros reais seja mantida elevada para desacelerar o mercado de trabalho e reduzir a pressão dos serviços.

Para julho, projetamos uma alta de 0,37% no IPCA, influenciada pelo reajuste tarifário da energia elétrica em São Paulo e pela alta sazonal nas passagens aéreas.

A projeção do IPCA para 2025 foi mantida em 5,5%.

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236
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