Início moderado da gestão Trump traz descompressão de riscos para os mercados globais

27/01/2025 • 2 mins de leitura

Resumo do artigo

  • A sensação de alívio com Trump moderado levou os índices acionários dos EUA a fecharam a semana em alta de cerca de 2,0%, com o S&P500 em nível recorde.
  • Primeira semana da gestão Trump traz tom moderado e alívio ao mercado;
  • Fed deve cortar os juros ao longo de 2025, com Fed Funds encerrando o ano em 3,75% ao ano;
  • Por aqui, o IPCA-15 de janeiro veio acima do esperado e reforça desafio para o BC na política monetária;
  • Expectativa de uma taxa Selic terminal de 15,25% ao ano em 2025 poderá ser revisada.

Cenário global

Trump assumiu a presidência dos EUA no dia 20 de janeiro e, conforme esperávamos, está adotando uma abordagem pragmática e mais negocial — ao menos por ora — com relação às tarifas. Assim, o temor de um impacto inflacionário relevante está se dissipando, o que contribui para a queda das taxas de juros e enfraquece um pouco o dólar — que, no entanto, segue forte.

Projetamos que o núcleo do PCE — medida de inflação usada como meta pelo Fed —, que está em 2,8%, na taxa anual cairá para 2,5% ou menos nos próximos meses. Por isso, esperamos que o Fed siga cortando os juros em 2025, levando os Fed Funds para 3,75% a.a. no final do ano. Este é um desenho compatível com as taxas de 10 anos oscilando entre 4,00% e 4,50%, um pouco abaixo do nível atual.

A sensação de alívio com Trump moderado levou os índices acionários dos EUA a fecharam a semana em alta de cerca de 2,0%, com o S&P500 em nível recorde. Na semana, o índice do dólar (DXY) caiu 1,8%, o que contribuiu para a queda do dólar também no Brasil, onde o real apreciou 2,4% ante a moeda americana.

Cenário doméstico

No Brasil, O IPCA-15 de janeiro registrou alta de 0,11%, superando as expectativas do mercado e refletindo pressões amplas em serviços e bens. A surpresa veio não apenas de itens voláteis, como passagens aéreas, mas também da forte aceleração em categorias de serviços intensivos em mão de obra e bens impactados pelo câmbio.

Em relação à política monetária, o balanço de riscos assimétrico e a fragilização da âncora fiscal continuam exigindo uma postura firme do Banco Central. Isso reforça a sinalização de manutenção do ritmo de alta de 100 pontos base nas reuniões de janeiro e março. Avaliamos que a deterioração do cenário inflacionário demandará a continuidade do ciclo de aperto monetário. Desta forma, a expectativa de uma taxa Selic terminal em 15,25% ao ano poderá ser revisada para cima caso o governo não anuncie novas medidas de contenção de gastos.

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