Orçamento dos EUA e mudanças no IOF elevam nível de incerteza nos mercados
26/05/2025 • 2mins de leitura
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Mercados seguem preocupados com o orçamento dos EUA, que elevou o risco fiscal;
Nos EUA, Indicadores de confiança surpreenderam positivamente em maio;
Por aqui, mudanças no IOF devem ter efeito contracionista;
Uso do IOF como instrumento de arrecadação aumenta a incerteza regulatória;
Governo também anunciou contenção de recursos para respeitar o teto de despesas do arcabouço fiscal.
Os mercados seguem preocupados com o “grande e belo projeto” de Trump, aprovado pela Câmara e que ainda precisa passar pelo Senado dos EUA.
O plano adicionaria US$ 3,1 trilhões à dívida dos EUA até 2034. Como os cortes de impostos estão concentrados nos primeiros anos, enquanto os cortes de gastos só ganham força adiante, o déficit subirá dos já elevados 6,30% do PIB em 2024 para mais de 7,00% em 2026 e 2027.
O Brasil segue com fundamentos frágeis, em um ambiente de política fiscal expansionista que força o BC a manter a política monetária contracionista por um período longo. Esta é uma combinação absolutamente disfuncional.
A agenda econômica está subjugada pela lógica eleitoral. A imprensa noticia que o governo lançará um pacote para recuperar popularidade com: (i) Vale energia elétrica para 60 milhões de pessoas; (ii) Vale-gás; (iii) Vale-crédito com fluxo de Pix como garantia; (iv) Vale-Motocicletas, com linha de crédito da CEF e BB para entregadores; e (v) reajuste do Bolsa Família para R$ 700,00 a partir de janeiro.
O vale-tudo eleitoral tem pouco potencial de recuperar a popularidade, mas vai repercutir mal sobre a percepção de risco fiscal. Por isso, continuamos a ver o dólar voltando para o patamar de R$ 6,00 no final do ano após a onda global favorável que ainda pode levar o dólar para R$ 5,40 em meados do ano.