A criação de vagas em julho abaixo do esperado e as fortes revisões negativas para maio e junho pressionaram os mercados. As taxas de juros dos Treasuries de 2 anos recuaram 27 pontos-base com o mercado precificando corte de juros já em setembro. O mercado de opções agora aposta majoritariamente em três cortes de 25 pontos-base até dezembro, em linha com nosso cenário base.
A perspectiva de desaceleração mais intensa da atividade afetou os ativos de risco: o S&P 500 caiu 1,6% e o Nasdaq, 2,2%. O dólar recuou 0,8% na sexta, interrompendo o movimento recente de valorização. A confirmação do ciclo de cortes pelo Fed reforça a expectativa de recuperação dos ativos de risco após a realização inicial. Mantemos a recomendação de aumento da alocação internacional, com projeção de alta do S&P 500 e queda dos juros dos Treasuries.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a sobretaxa total para 50%, com vigência a partir de 6 de agosto. Embora a alta seja expressiva, a ampla lista de exceções preserva produtos relevantes para a pauta de exportação brasileira, como celulose, petróleo, suco de laranja, minério de ferro e aeronaves.
Estima-se que cerca de 45% das exportações brasileiras estejam isentas da nova taxação, o que deve conter os efeitos negativos sobre a economia. A expectativa é de uma redução entre 0,1 e 0,2 p.p. no crescimento ao longo dos próximos 12 meses, com efeitos inflacionários restritos e temporários em itens alimentícios.
