Com nível de incerteza ainda elevado, mercados voltam suas atenções para decisões de juros

05/05/2025 • 2 mins de leitura
  • Nos EUA, dados do mercado de trabalho e consumo afastam temores de recessão;
  • Por aqui, a taxa de desemprego recuou para 6,4% em termos dessazonalizados em março;
  • Incerteza sobre a política comercial dos EUA continua elevada e deve ditar os rumos dos mercados;
  • Nesta semana, reuniões do Fed e do Copom são os principais eventos na agenda econômica.

Abril foi marcado por forte volatilidade, à medida que a nova política comercial norte-americana afetou ações, títulos e moedas. O mês começou com o anúncio de um conjunto de tarifas mais abrangente e punitivo do que o esperado. As bolsas despencaram logo após o anúncio, enquanto o VIX — indicador de volatilidade implícita — disparou para 60, o maior nível desde a pandemia.

Grande parte das perdas foi revertida após Trump adotar uma postura mais branda e anunciar uma pausa de 90 dias na aplicação das tarifas recíprocas para os países que ainda não haviam retaliado, além da retirada de tarifas sobre diversos produtos eletrônicos. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China também arrefeceram, com o governo norte-americano suavizando o tom nas declarações subsequentes.

O Brasil, beneficiado pela perspectiva de cortes nas taxas de juros, começa a atrair parte desses recursos. O fluxo estrangeiro é visivelmente tático e oportunista, mais reflexo de efeitos colaterais do ambiente internacional do que resultado de uma reavaliação estrutural dos ativos brasileiros. Mas, dada a diferença de escala entre os mercados globais e o brasileiro, mesmo um pequeno desvio de capital das grandes economias é suficiente para gerar impacto relevante nos preços por aqui.

Desde o início do ano, sustentamos que os ativos brasileiros teriam um desempenho muito melhor em 2025 após um ano fraco em 2024. Essa tendência tem se confirmado. A perspectiva de um novo recorde nominal do Ibovespa parece cada vez mais realista. Com um cenário global que gera fluxos e a perspectiva de cortes da Selic por aqui, revisamos o alvo do Ibovespa para 150.000 pontos em 2025.

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