Com resultados corporativos e tarifas no radar, mercados amanhecem em alta após a Superquarta

31/07/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os futuros das bolsas americanas abrem o dia em alta nesta quinta-feira (31) após quedas na sessão anterior, refletindo os ótimos resultados apresentados por Microsoft e Meta que voltam a trazer para os mercados o trade de IA.

Na tarde de ontem (30) tivemos a decisão de política monetária do Fed, que —apesar de não trazer novidades no Comunicado — trouxe dois votos dissidentes contra a manutenção dos juros no patamar atual e um Jerome Powell mais duro durante seus comentários do que o mercado esperava. Com isso, tivemos uma pequena realização nas bolsas e uma abertura nas curvas de juros.

Mesmo num discurso mais duro, o atual presidente do Fed foi bastante vocal sobre a necessidade de acompanhar os dados de atividade — principalmente emprego — até a próxima reunião para avaliar o estado da economia americana. Se os dados de emprego indicarem uma desaceleração da atividade —  o que projetamos — e as expectativas de inflação estiverem ancoradas, o Fed deverá iniciar os cortes de juros. A próxima reunião acontece apenas em setembro e até lá temos duas divulgações de dados de emprego, com a primeira acontecendo na manhã da próxima sexta-feira.

As taxas dos Treasuries norte-americanas operam em queda na manhã de hoje, com as taxas de 10 anos operando em 4,354%; a de dois anos está em 3,93%; e a de 30 anos negocia a 4,88%.

O índice do dólar (DXY) opera próximo da estabilidade aos 99,92 pontos. O índice voltou a ganhar força nos últimos dias após o fechamento dos acordos que parecem favorecer a economia americana.

O ouro à vista opera em alta, cotado a US$3.301,46 por onça. Entre as criptomoedas, o Bitcoin subia  0,54%, negociado a US$118.475,90.

O petróleo opera em queda, com o Brent caindo e sendo cotado a US$72,78 por barril. A commodity apresentou uma alta nos últimos dias após o presidente Donald Trump ter  afirmado que está cogitando diminuir o prazo para impor novas sanções à Rússia.

Na Ásia-Pacífico, os mercados encerraram o pregão mistos, com destaque negativo para as bolsas chinesas, que operam em queda após dados econômicos mais fracos.. Na Europa, as bolsas operam mistas, digerindo os resultados corporativos e os impactos das negociações comerciais para o continente.

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (30) em alta de 0,95%, aos 133.989 pontos. O  dólar à vista fechou em queda  de 0,38%, cotado a R$5,5900.

Economia

EUA: Na reunião de ontem, O Fed optou por manter a taxa de juros base estável na faixa-alvo de 4,25% a 4,50% a.a. O comunicado trouxe mudanças, com o comitê reconhecendo que os dados mais recentes sugerem que a economia desacelerou de um ritmo sólido para um crescimento mais moderado no primeiro semestre. O comitê também retirou a menção de que a incerteza vinha diminuindo, mas manteve a avaliação de que ela continua elevada.

Na entrevista após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, avaliou que as condições atuais da economia, com inflação acima da meta mesmo desconsiderando os efeitos das tarifas e mercado de trabalho sólido, justificam a manutenção da política monetária moderadamente restritiva.

Brasil: O Copom manteve a taxa Selic em 15,00% ao ano, com votação unânime, como era amplamente esperado. No comunicado, o Copom sinalizou que, caso o cenário projetado se confirme, deverá manter a interrupção do ciclo de alta para avaliar com mais clareza os efeitos sobre a economia nas próximas reuniões. A mensagem principal segue sendo a de uma política monetária contracionista mantida por um período prolongado, afastando a possibilidade de cortes de juros no curto prazo.

Brasil: O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira uma ordem executiva impondo uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros. Com isso, a sobretaxa total aplicada aos bens do Brasil chega a 50%, somando-se aos 10% já anunciados em abril. As novas tarifas entram em vigor em 6 de agosto.

Apesar do aumento expressivo, a medida inclui uma lista extensa de exceções que protege itens estratégicos para a economia americana e importantes para a pauta de exportações do Brasil. Ficam de fora da nova tarifa produtos como derivados de celulose e petróleo, suco e polpa de laranja, castanha-do-pará, aeronaves civis e peças, alguns fertilizantes, gás natural, carvão, minério de ferro, ferro-gusa, metais preciosos e madeira.

Ainda assim, produtos relevantes como café, cacau, carne, frutas, calçados, etanol, açúcar e vestuário não foram poupados e deverão ser taxados. Como cerca de 45% das exportações brasileiras foram incluídas na lista de exceções, o impacto econômico deve ser limitado. A expectativa é de uma redução entre 0,1 e 0,2 ponto percentual no crescimento ao longo dos próximos 12 meses, com efeitos inflacionários restritos e temporários em itens alimentícios.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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