Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais apresentaram elevada volatilidade no mês de novembro, em meio às dúvidas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e os temores com os valuations elevados das ações ligadas à inteligência artificial — o que levou a uma sequência de repiques e correções.
Nesta semana, porém, os mercados globais foram amparados pelo aumento das expectativas de corte de juros pelo Fed na reunião em 9 e 10 de dezembro.
Após as declarações do diretor do Fed de Nova York, John Williams, a expectativa de corte se consolidou e agora os futuros dos Fed funds passaram a embutir uma probabilidade implícita de 87% de um corte de 25 pontos base na reunião de dezembro. Na semana anterior, a probabilidade estava em 39%.
As taxas dos Treasuries de 2 e 10 anos dos EUA estão em 3,49% e 4,00%. O dólar caminha para o pior desempenho semanal desde o fim de julho, com os investidores ampliando apostas em um afrouxamento monetário adicional pelo Fed, em um ambiente de liquidez reduzida pelo feriado de Ação de Graças.
O DXY, índice composto por uma cesta de moedas frente ao dólar, avança cerca de 0,21%, para 99,75 pontos. O ouro sobe 0,31%, negociado a US$ 4.170,50, enquanto o bitcoin registra alta de 0,08%, valendo US$ 91.484,67.
Entre as commodities, o petróleo WTI ganha 0,73%, cotado próximo de US$ 59,08 por barril, enquanto o minério de ferro permanece estável, em cerca de US$ 104,90 por tonelada. O petróleo Brent opera praticamente estável, a US$ 62,85 por barril, com queda de US$ 0,02.
Na Ásia, os mercados encerraram sem direção única nesta sexta-feira (28). O Nikkei fechou em alta de 0,17%, enquanto o Shanghai CSI 300 avançou 0,25%.
Na Europa, as bolsas recuam marginalmente hoje. O Euro Stoxx cede 0,12%. Nos EUA, o futuro do S&P 500 avança 0,10%. Hoje, as bolsas de Wall Street encerram o pregão mais cedo, às 13h (horário de Nova York).
Por aqui, o Ibovespa recuou 0,12%, aos 158.360 pontos. No câmbio, o dólar avançou 0,38%, para R$ 5,3520. A curva de juros futura encerrou a sessão com ajustes moderados, com os vencimentos curtos em leve alta e os vértices longos oscilando para baixo.
EUA: As vendas online no feriado de Ação de Graças devem crescer 6% ante o ano passado, chegando a US$ 8,6 bilhões, segundo a Salesforce. O avanço indica que os consumidores seguem reagindo bem aos descontos agressivos, mesmo diante da incerteza econômica decorrente das tarifas impostas por Trump.
EUA: O presidente Donald Trump intensificou sua retórica migratória após o assassinato de um membro da Guarda Nacional nas proximidades da Casa Branca, prometendo uma “pausa permanente” na entrada de imigrantes de países em desenvolvimento. Ele afirmou que revisará casos aprovados durante o governo Biden, incluindo pedidos de asilo e green cards de 19 nacionalidades, além de encerrar benefícios federais para não cidadãos.
Brasil: A economia registrou em outubro uma criação líquida de 85,1 mil vagas formais, abaixo das projeções do mercado. Após ajuste sazonal, houve geração de 68,1 mil postos, número inferior ao de setembro e de outubro de 2024. As admissões cresceram levemente, enquanto os desligamentos tiveram alta mais significativa.
Entre os setores, apenas serviços e comércio apresentaram saldo positivo no mês. Agropecuária, indústria e construção — setores mais sensíveis ao crédito — tiveram destruição líquida de vagas. Embora seja comum queda na agropecuária em outubro, a magnitude observada foi uma das maiores dos últimos anos.
No acumulado do ano, porém, a agropecuária se destaca positivamente, com 32,1% mais vagas que no mesmo período de 2024, impulsionada pela safra recorde. Quanto aos rendimentos, os salários nominais cresceram acima da inflação de serviços, enquanto os salários reais apresentaram avanços expressivos nas comparações interanuais.
Brasil: O IGP-M avançou 0,27% em novembro, após cair 0,36% em outubro, ficando levemente abaixo das projeções do mercado. A alta foi impulsionada principalmente pelo IPA, que reverteu a deflação do mês anterior tanto no segmento agropecuário — apoiado por aumentos em soja, bovinos e leite in natura — quanto no industrial — onde bens industriais subiram 0,21%, com destaque para minerais metálicos, alimentos e produtos químicos.
No varejo, o IPC-M também acelerou e registrou alta de 0,25%, puxado por itens de saúde e cuidados pessoais, passagens aéreas e serviços bancários, enquanto vestuário e alguns produtos de habitação registraram queda. Combustíveis caíram e ajudaram a conter o grupo Transportes.


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.


Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |