Em meio a apagão de dados, Fed inicia sua penúltima reunião do ano

28/10/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

O grande evento para os investidores nesta semana é a reunião de dois dias do Fed, que começa nesta terça-feira (28). O mercado já embute com 96% de probabilidade que o Fed anuncie um corte de 25 pontos base na taxa de juros.

Há também expectativa de que o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalize amanhã (29) uma nova redução na última reunião do ano — em dezembro diante das preocupações com o enfraquecimento do mercado de trabalho.

O Fed enfrenta um apagão de dados econômicos devido à paralisação do governo norte-americano. O relatório de inflação divulgado na semana passada foi um dos poucos indicadores publicados recentemente.

As taxas dos Treasuries recuam levemente. Os juros do título de 10 anos caíram para 3,98%, enquanto os da nota de 2 anos estão em 3,49%. Já os títulos de 30 anos avançaram 2 pontos base, para 4,55%.

O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — opera estável nesta manhã na Ásia, aos 98,786 pontos, após recuar 0,15% na sessão anterior. Os preços do petróleo recuam hoje, estendendo as perdas das duas sessões anteriores. A pressão vem dos planos da Opep de aumentar a produção, que ofuscam o otimismo em torno de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China. Os contratos futuros do Brent cedem US$ 0,04, para US$ 65,58 por barril.

Os contratos futuros de ouro para entrega em dezembro recuam 2,10%, negociados a US$ 4.049 por onça e acumulando perdas superiores a 7% desde 10 de outubro.

Os mercados asiáticos fecharam em baixa nesta terça, com investidores digerindo o novo acordo sobre terras raras firmado entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi.

As bolsas europeias operam em queda nesta hoje, enquanto os mercados globais aguardam a decisão de juros do Fed. O Euro Stoxx 600 recua 0,40%.

Os futuros das ações norte-americanas apresentam variações modestas nesta manhã, com os investidores atentos à série de balanços que serão divulgados entre amanhã e quinta-feira (30) por empresas do grupo das “Sete Magníficos”, incluindo Alphabet, Amazon, Apple, Meta Platforms e Microsoft — que juntas representam cerca de um quarto do valor total do S&P 500. Até agora, a temporada de resultados do terceiro trimestre tem mostrado um início promissor.

Ontem (27) o Ibovespa fechou em alta de 0,55%, aos 146.969 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,41%, cotado a R$ 5,3703, enquanto os juros futuros fecharam sem grandes variações.

Economia

EUA: O maior sindicato de servidores públicos federais dos EUA, a American Federation of Government Employees (AFGE), pediu que o Congresso ponha fim imediato à paralisação do governo, agora em sua quarta semana. O presidente da entidade, Everett Kelley, chamou o impasse de “crise evitável”, e defendeu a aprovação de uma resolução orçamentária temporária para restaurar o funcionamento do governo.

O apelo aumenta a pressão sobre os democratas do Senado, que continuam bloqueando o projeto aprovado pela Câmara proposto pelos republicanos para financiar o governo até 21 de novembro.

Os democratas insistem que qualquer acordo inclua negociações bipartidárias sobre a extensão dos subsídios do Affordable Care Act — que amplia o acesso à assistência médica e reduz os custos do sistema de saúde —, intensificando o impasse fiscal em Washington.

China: O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou ontem que o presidente Xi Jinping e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantêm “trocas de longa data e respeito mútuo” e que a relação entre ambos é “o ativo estratégico mais valioso nas relações China-EUA”.

Wang e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, realizaram uma ligação telefônica ontem em meio aos preparativos para o encontro entre os dois líderes, previsto para quinta-feira.

Brasil: O governo revisou sua estratégia fiscal e decidiu incluir medidas de aumento de receita e corte de gastos em um projeto que atualiza o valor de bens e imóveis no Imposto de Renda mediante pagamento reduzido de tributo. A mudança atendeu a um pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e busca acelerar a tramitação das medidas.

As propostas faziam parte de uma medida provisória que perdeu validade e chegaram a ser inseridas, de forma controversa, em um projeto sobre falsificação de bebidas e alimentos. Agora, o governo tenta reorganizar sua pauta fiscal para garantir avanço no Congresso e compensar a perda de instrumentos legais anteriores.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Não houve divulgação de indicadores relevantes.

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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