Confirmação de reunião entre líderes de EUA e China alivia preocupações do mercado

23/10/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Donald Trump confirmou ontem (22) que fará uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, o que ajudou a aliviar as preocupações. Ainda na quarta-feira, o governo americano impôs novas sanções às duas maiores petroleiras russas, alegando falta de compromisso da Rússia com um processo de paz para encerrar a guerra na Ucrânia, provocando forte alta nos preços da commodity.

Os dados de inflação previstos para sexta-feira devem oferecer novos sinais sobre a saúde da economia dos Estados Unidos, especialmente às vésperas da reunião do Federal Reserve no fim de outubro. O mercado já embute um novo corte de 25 pontos base na taxa de juros.

As taxas dos Treasuries norte-americanos sobem nesta quinta-feira (23), com os juros de 10 anos avançando para 3,99% ao ano, enquanto os da nota de 2 anos sobem para 3,46% a.a. A taxa de 30 anos avança para 4,58%.

O dólar se valoriza frente à maioria das moedas hoje, com destaque para o iene japonês. Com Sanae Takaichi  agora instalada como primeira-ministra do Japão, o mercado aguarda detalhes sobre um possível pacote de estímulo.

O índice do dólar norte-americano (DXY) — que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, incluindo euro e iene — sobe 0,2% e ronda a máxima de dois meses, aos 99,10 pontos.

O ouro e o Bitcoin seguem voláteis. Nesta quinta, os preços do ouro sobem impulsionados pelas sanções dos EUA contra a Rússia e pela possibilidade de novos controles de exportação sobre a China — o que sustenta a demanda por ativos de proteção. O ouro à vista avança 0,6%, cotado a US$ 4.119,54 por onça. Na sessão anterior, o metal havia recuado para a mínima em quase duas semanas. O Bitcoin avança 1,7%, para US$ 109.499.

Os preços do petróleo disparam mais de 5% após o governo Trump impor novas sanções às companhias russas de petróleo. O Brent, referência global, sobe US$ 3,37, ou 5,4%, para US$ 65,96 por barril às 7h25. O petróleo dos Estados Unidos avança US$ 3,26, ou 5,6%, para US$ 61,76.

Os mercados da Ásia encerraram o pregão desta quinta-feira em queda, acompanhando as perdas da véspera em Wall Street. Na Europa, as bolsas iniciam o dia em leve alta, enquanto os futuros das bolsas norte-americanas operam próximos da estabilidade.

A Tesla — que abriu a temporada de balanços das “Sete Magníficas” do setor de tecnologia — recua 3% após divulgar resultados mistos. A companhia superou as estimativas de receita, com alta de 12%, para US$ 28,10 bilhões, impulsionada pelas vendas de veículos. No entanto, o lucro ajustado por ação foi de US$ 0,50, abaixo da estimativa de US$ 0,55.

A montadora, assim como outras do setor, viu os consumidores anteciparem compras de veículos elétricos antes do fim dos créditos fiscais em setembro. Ainda assim, o aumento de receita não foi suficiente para evitar a queda de quase 40% no lucro trimestral da Tesla. O CEO Elon Musk ameaçou deixar o comando caso os acionistas não aprovem um pacote bilionário de remuneração na assembleia marcada para 6 de novembro.

Também nos EUA, a IBM cede cerca de 6% mesmo após superar as estimativas de lucro de Wall Street, ao reportar receitas em linha no segmento de software.

Aqui no Brasil, o Ibovespa encerrou em alta de 0,55% ontem, aos 144.873 pontos. O dólar encerrou a quarta em leve alta de 0,13%, valendo R$ 5,39, e os juros futuros fecharam em baixa ao longo de toda a curva.

Economia

EUA: O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping devem se reunir na Coreia do Sul durante a cúpula da APEC, a partir de 31 de outubro. O foco das conversas estará nas negociações sobre terras raras.

Antes do encontro, Bessent e o vice-premiê chinês He Lifeng terão uma reunião na Malásia para tentar avançar nas tratativas comerciais e reduzir as tensões bilaterais.

China: O Comitê Central do Partido Comunista da China aprovou as diretrizes para o 15º Plano Quinquenal, que prioriza o bem-estar da população, o desenvolvimento de alta qualidade e o equilíbrio entre mercado e Estado. As metas incluem fortalecer a autossuficiência tecnológica, ampliar a economia real e o consumo doméstico, avançar na transição verde e modernizar a agricultura e regiões menos desenvolvidas, com objetivo de promover ao mesmo tempo a prosperidade comum e a segurança nacional.

O comunicado reforçou o compromisso com a construção de uma economia socialista de mercado moderna e o fortalecimento do sistema de defesa. A liderança do Partido destacou a necessidade de unidade em torno de Xi Jinping, consolidando seu papel central e o “pensamento de Xi sobre o socialismo com características chinesas para uma nova era” como guia estratégico. Uma coletiva de imprensa na sexta-feira (25) deve detalhar os princípios e metas do plano.

Japão: A primeira-ministra Sanae Takaichi prepara um pacote de estímulo econômico superior aos US$ 92 bilhões de 2024, totalizando mais de 13,9 trilhões de ienes — cerca de 2% do PIB — para aliviar o impacto da inflação sobre as famílias. Essa será a primeira grande iniciativa econômica de Takaichi desde que assumiu o cargo.

O plano será estruturado em três pilares: combate à inflação, incentivo a setores estratégicos e fortalecimento da segurança nacional. Entre as principais medidas estão o fim da taxa provisória sobre a gasolina e a ampliação de subsídios a governos locais, priorizando o apoio a pequenas e médias empresas que ainda não foram beneficiadas pelos programas de incentivo salarial existentes.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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