Dólar sobe com juros e eleições dos EUA no radar - Monte Bravo

Dólar sobe com juros e eleições dos EUA no radar

23/10/2024 às 09:03

23

Quarta

Out

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  • Corrida presidencial americana está acirrada, mas casas de apostas apontam favoritismo de Trump;
  • Possibilidade de vitória do ex-presidente eleva o dólar e afeta o apetite a risco;
  • No Oriente Médio, chefe da diplomacia americana se reúne com Netanyahu;
  • Projeções do FMI apontam estabilidade no crescimento da economia global em 2024 e 2025;
  • No Brasil, arrecadação federal de setembro cresceu 11,6% ante o ano passado.

Mercados

O dólar norte-americano subiu para um pico de quase três meses nesta quarta-feira (23) à medida que os investidores ajustaram as expectativas sobre taxas de juros e também sob a influência da acirrada corrida presidencial. A possibilidade de o ex-presidente republicano Donald Trump vencer a eleição presidencial dos EUA fortalece o dólar e impacta o apetite a risco.

Se nas casas de apostas Trump consolidou uma vantagem expressiva, as pesquisas de intenção de voto mostram uma disputa apertada. A atual vice-presidente democrata Kamala Harris lidera por uma margem de 46% a 43% contra Trump, de acordo com uma nova pesquisa da Reuters/Ipsos.

No front geopolítico, no Oriente Médio o Secretário de Estado dos EUA manteve conversas com o primeiro-ministro israelense Netanyahu. Israel confirmou que matou Hashem Safieddine, o sucessor do falecido líder do Hezbollah Hassan Nasrallah — que foi morto no mês passado em um ataque israelense que tinha como alvo o grupo militante libanês apoiado pelo Irã.

O dólar subiu por três semanas consecutivas e o DXY atingiu o nível mais alto desde 2 de agosto, a 104,4, à medida que as expectativas de cortes agressivos pelo Fed diminuíram após uma série de dados econômicos positivos.

A perspectiva fortaleceu as taxas dos títulos do Tesouro, com a taxa do título de referência de 10 anos atingindo seu nível mais alto desde 26 de julho, a 4,22%, enquanto a taxa de 2 anos este em 4,05%.

Os preços do ouro dispararam para um recorde histórico nesta quarta, com os conflitos no Oriente Médio e a incerteza em torno das próximas eleições nos EUA aumentando a demanda por ativos seguros. O ouro à vista atingiu o valor histórico de US$ 2.749 por onça.

Os preços  do petróleo estão em queda, após dados da indústria mostrarem que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram mais do que o esperado, enquanto o mercado foca os esforços diplomáticos no Oriente Médio. Os contratos futuros do Brent caem 0,9%, negociados a US$ 74.3 por barril.

Os mercados da Ásia fecharam majoritariamente em alta. Os mercados europeus estão próximos da estabilidade, enquanto os futuros de ações nos EUA operam em leve baixa.

Ontem (22), no Brasil o Ibovespa caiu 0,31%, aos 129.951 pontos. O dólar à vista fechou em leve alta de 0,12%, cotado a R$ 5,6973.

Economia

FMI: As novas projeções divulgadas no World Economic Outlook indicam que o crescimento global deverá se manter estável. A projeção está em 3,2% tanto para 2024 quanto para 2025, número alinhado às estimativas anteriores. As revisões positivas para o PIB dos Estados Unidos, que passaram a projetar crescimento de 2,8% e 2,2% para 2024 e 2025, compensaram as reduções nas previsões para economias avançadas da Europa, que foram reduzidas para expansão de 0,8% e 1,2% em 2024 e 2025, respectivamente.

Nas economias emergentes e em desenvolvimento, interrupções na produção de commodities, conflitos e eventos climáticos resultaram em revisões negativas para o Oriente Médio, Ásia Central e África Subsaariana. No entanto, o aumento da demanda por semicondutores e eletrônicos na Ásia emergente impulsionou o crescimento econômico. A previsão de longo prazo para o PIB global é de 3,1%, inferior à média observada antes da pandemia — o que reflete desafios estruturais como o envelhecimento populacional e a baixa produtividade.

Os desequilíbrios cíclicos têm diminuído à medida que a atividade econômica se alinha melhor ao potencial produtivo, o que tem contribuído para a redução da inflação global. A inflação global deve recuar de 6,7% em 2023 para 5,8% em 2024 e 4,3% em 2025, com as economias avançadas atingindo suas metas inflacionárias mais rapidamente do que as economias emergentes.

Brasil: A arrecadação federal totalizou R$ 203,2 bilhões em setembro, um aumento de 11,6% em relação ao ano anterior, ligeiramente acima das expectativas do mercado. Esse desvio ocorreu principalmente devido à receita previdenciária maior do que o esperado. Entre os eventos extraordinários, destacaram-se os recolhimentos relacionados à calamidade no Rio Grande do Sul, que somaram R$ 3,7 bilhões após terem sido adiados. Os tributos PIS/PASEP e COFINS cresceram significativamente, impulsionados pela reoneração de combustíveis, pela atividade econômica robusta e pela redução de compensações tributárias.

No acumulado até setembro, houve um crescimento real de 9,7% na arrecadação total, com o Imposto de Renda aumentando 7,7%, influenciado por recolhimentos extraordinários sobre fundos exclusivos e offshore. Outros tributos acompanharam o desempenho da economia, também impactados por medidas que reduziram subvenções e limitaram compensações tributárias. O imposto de importação cresceu 47,2% devido ao aumento no valor das importações em dólar.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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