Mercados monitoram situação no Irã e possível resposta aos ataques norte-americanos

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Por: Monte Bravo
23/06/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os EUA lançaram ataques no sábado (21) contra instalações nucleares iranianas em Fordo, Isfahan e Natanz. Os ataques surpreenderam aqueles que esperavam por mais diplomacia.

Agora, os mercados se preparam para a retaliação iraniana, com a esperança de que o país não recorra a uma opção que possa arriscar um conflito mais amplo e a remoção do regime local.

O Irã pode fechar o Estreito de Ormuz, o que interromperia significativamente os fluxos globais de petróleo. Um bloqueio prolongado do estreito poderia elevar os preços do petróleo para acima de US$ 100,00 por barril. Em entrevista no domingo (22), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu que o governo chinês intervenha para impedir o Irã de fechar essa rota comercial crucial.

Investidores agora observam como o Irã responderá. O ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou no domingo que a República Islâmica mantém “todas as opções” para defender sua soberania.

O pior cenário para o mercado de petróleo seria uma tentativa do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, segundo analistas de energia. Cerca de 20 milhões de barris por dia de petróleo cru, ou 20% do consumo global, passaram pelo estreito em 2024, de acordo com a Administração de Informação de Energia.

Em um passo rumo ao que é visto como a ameaça mais eficaz do Irã contra o Ocidente, seu parlamento aprovou fechar o Estreito de Ormuz. Embora tenha havido ameaças ocasionais de fechamento, o fato é que o Irã precisa da receita do petróleo e não faz muito sentido hostilizar os demais estados exportadores. Ataques a embarcações por grupos terroristas parecem mais prováveis.

Assim, o próximo movimento cabe ao Irã. A aposta do mercado parece ser de que o país buscará uma reação limitada, enquanto busca uma saída diplomática para um armistício. A reação limitada dos mercados assume que, embora as aiatolás possam ser fanáticos, eles não são insanos e que, diante da ampla perda de capacidade militar, devem buscar uma redução das hostilidades.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou no ontem que o país está “perto” de alcançar seus objetivos militares no Irã. “Não vamos continuar nossas ações além do necessário para alcançá-las, mas também não vamos terminar muito cedo. Quando os objetivos forem atingidos, a operação estará concluída e os combates vão parar”, disse ele a jornalistas israelenses. Essas declarações sancionaram uma melhora dos preços dos mercados, pois contribuem para construir um cessar-fogo.

As taxas dos Treasuries norte-americanos estão estáveis nesta segunda-feira (23) após o bombardeio dos EUA ao Irã. A taxa da Treasury de 10 anos está em 4,39%, enquanto a de 30 anos subiu para 4,90% e a taxa de 2 anos está em 3,92%.

O dólar norte-americano se fortaleceu nesta segunda. O índice do dólar (DXY) subiu 0,60%, para 99,29. O ouro recuou nesta hoje, com o ouro à vista caindo 0,20%, para US$ 3.359,99 por onça.

Os contratos futuros de petróleo reduziram os ganhos da madrugada, com a percepção de que a retaliação do Irã contra os EUA não interromperá o fornecimento global de petróleo. O petróleo cru dos EUA subiu 7 centavos, ou 0,10%, para US$ 73,92 por barril na manhã de segunda. O Brent, referência global, avançou 8 centavos, ou 0,10%, para US$ 77,09. Ambas as referências estão bem abaixo das máximas registradas durante a madrugada.

Os mercados da Ásia recuaram majoritariamente nesta segunda. As ações europeias operam em baixa, enquanto os futuros das ações norte-americanas registram leve alta.

Na sexta-feira (20), aqui no Brasil o Ibovespa fechou em baixa de 1,15%, aos 137.115,83 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,44%, cotado a R$ 5,5249.  Os juros futuros se ajustaram à decisão do Copom com as  taxas até 2 anos subindo para se ajustar à Selic de 15% ao ano, mas os vencimentos médios e longos recuaram cerca de 15 pontos base.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (20/06/2025):

  • IPCA/2025 caiu de 5,25 para 5,24, enquanto o IPCA/2026 ficou estável em 4,50%
  • PIB/2025 subiu de 2,20% para 2,21%, enquanto o PIB/2026 subiu de 1,83 para 1,85%;
  • Dólar/2025 caiu de R$ 5,77 para R$ 5,72, enquanto o Dólar/2026 ficou estável em R$ 5,80;
  • Selic/25 subiu de 14,75% a.a. para 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,50% a.a.;
  • Primário/25 ficou estável em -0,60%, enquanto Primário/26 melhorou de -0,67% para -0,66%.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
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