Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os contratos futuros das ações americanas operam próximos da estabilidade nesta quarta-feira (22). O ouro e a prata recuperam parte das perdas registradas ontem (21), após uma forte onda de realização de lucros.
Os futuros do Dow Jones sobem 7 pontos, mantendo-se praticamente estáveis. Os do S&P 500 avançam 0,10%, enquanto os do Nasdaq 100 recuam 0,10%.
O mercado analisa uma série de novos balanços corporativos. As ações da Netflix caem 6,00%, mas os números divulgados anteriormente por empresas como a Coca-Cola levaram o Dow Jones a atingir brevemente um novo recorde histórico — acima dos 47.000 pontos — na terça-feira, antes de encerrar o pregão ligeiramente abaixo desse nível, mas ainda em máxima histórica.
O S&P 500 encerrou o dia praticamente estável, enquanto o Nasdaq registrou leve queda, com parte das ações de tecnologia perdendo força. O presidente Donald Trump comentou sobre o encontro previsto para a próxima semana com o presidente chinês Xi Jinping, afirmando que “talvez ele não aconteça”, o que elevou a incerteza sobre as tensões comerciais entre Estados Unidos e China — especialmente no setor de semicondutores, que pode ser afetado por novas tarifas.
O balanço da Tesla, que será divulgado após o fechamento de hoje, marca o início dos resultados das gigantes de tecnologia conhecidas como “Magnificent Seven”. Até o momento, mais de 75% das companhias do S&P 500 que já reportaram números superaram as expectativas do mercado.
Outro dado crucial aguardado para a semana é o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro, que será divulgado nesta sexta-feira (24). O indicador deve fornecer subsídios adicionais para o Federal Reserve antes da próxima reunião de política monetária no fim de outubro — especialmente diante da suspensão das demais divulgações econômicas por conta da paralisação do governo americano.
Os preços do petróleo sobem, impulsionados pela perspectiva de um acordo entre Estados Unidos e Índia que pode levar Nova Délhi a reduzir gradualmente suas importações de petróleo russo. O Brent sobe 1,60%, a US$ 62,30 por barril, e o WTI ganha 1,70%, a US$ 58,20. Apesar da alta, o petróleo ainda caminha para o terceiro mês consecutivo de queda, pressionado por temores de excesso de oferta no mercado global.
Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 0,29%, aos 144.085 pontos. O dólar encerrou em alta de 0,36%, a R$ 5,39, enquanto as taxas de juros operaram em ligeira queda em toda a curva.
EUA: O presidente Donald Trump recusou o pedido dos líderes democratas Chuck Schumer e Hakeem Jeffries para uma reunião enquanto o governo continuar paralisado, prolongando o impasse que já dura três semanas. Os democratas mantêm a posição de bloquear o projeto republicano de financiamento temporário até que seja alcançado um acordo sobre a prorrogação do crédito tributário ampliado do Affordable Care Act, cuja expiração em 31 de dezembro pode elevar os custos dos planos de saúde para milhões de americanos.
Brasil: O governo decidiu dividir em dois projetos as medidas de compensação após a derrota da MP de aumento de impostos. O movimento busca acelerar a aprovação das ações menos controversas e ampliar a arrecadação.
O primeiro texto trará medidas de contenção de despesas — com economia estimada em R$ 15 bilhões — e limitações ao uso de créditos tributários — que devem gerar mais R$ 10 bilhões em 2025. Entre os cortes estão ajustes no seguro-defeso, no sistema Atestmed e a inclusão do programa Pé-de-Meia no piso da educação. O plano é acoplar essas medidas a um projeto já em tramitação, que torna crime hediondo a falsificação de bebidas e alimentos, para garantir votação rápida.
O segundo projeto concentrará o aumento de tributos sobre apostas esportivas, fintechs e Juros sobre Capital Próprio (JCP), com potencial de arrecadar R$ 8,3 bilhões em 2026. O governo propõe elevar a tributação das “bets”, destinando parte da receita à saúde pública, e igualar a carga das fintechs à dos bancos, argumentando que o setor cresceu sem contrapartida fiscal.
Embora parte das medidas já tenha sido rejeitada na MP original, o Executivo aposta que o formato de projeto de lei facilitará a negociação com o Congresso e permitirá incorporar as receitas previstas ao Orçamento de 2026 sem cortes adicionais.
Caso as propostas não avancem, o governo estuda alternativas como aumento do IOF, IPI ou Cide por decreto, além de endurecer regras sobre títulos isentos. A equipe econômica defende que o ajuste seja aprovado ainda este ano para garantir a meta fiscal de 2026, que prevê superávit de 0,25% do PIB. A Casa Civil e o Ministério da Fazenda esperam concluir até o fim desta semana a formatação final das medidas para destravar a votação da LDO e assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas no próximo orçamento.


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não há divulgação de dados relevantes.
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Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |