Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
Resumo do artigo A reunião do Fed nos dias 17…
Resumo do artigo
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Os mercados globais seguem sensíveis diante da incerteza gerada pela guerra tarifária e pela atitude errática do presidente dos EUA, Donald Trump.
Ontem (21), as ações nos EUA caíram após Trump intensificar os ataques a Jerome Powell, presidente do Fed, alimentando dúvidas sobre a independência do Fed, enquanto persiste a falta de progresso nas negociações comerciais globais. O S&P 500 recua 8,00% no mês e acumula perda de 12,30% no ano. O Nasdaq Composite cai 3,50% em abril e recua 19,00% em 2025.
Powell afirmou que as tarifas podem pressionar a inflação e “provavelmente nos afastam […] dos objetivos”. Desta forma, o Fed pode enfrentar um dilema com as metas de pleno emprego e inflação em conflito. Isso reforça a ideia de que o Fed não deve reagir de imediato aos sinais de fraqueza.
Trump chamou Powell de “grande perdedor” e exigiu cortes imediatos nas taxas de juros. “Com os custos caindo, […] como previ, praticamente não pode haver inflação, mas pode haver uma DESACELERAÇÃO da economia, a menos que o Sr. Tarde Demais, um grande perdedor, reduza as taxas de juros, AGORA.”
O dólar atingiu o menor nível em três anos diante da tensão entre Trump e o Fed. O ouro disparou e superou os US$ 3.400 por onça. A taxa de juros de 10 anos subiu 10 pontos base, para 4,42%. No mês, as taxas curtas caem levemente, mas os vencimentos de 10, 20 e 30 anos sobem de 20 a 35 p.b. O aumento da inclinação da curva, em meio a vendas forçadas, perdas e saída de estrangeiros, é um sinal clássico de aumento de risco.
Até agora, o governo Trump traz questionamentos sobre o excepcionalismo norte-americano, com recessão, inflação, destruição de riqueza e tensão política, enquanto a China ganha espaço geopolítico.
A sessão de hoje ilustra bem o ambiente de fragilidade que domina os mercados globais: mesmo em meio a dados ainda resilientes, os investidores seguem reagindo de forma volátil a sinais políticos e ruídos sobre política monetária. Mas há um indicio de que a crise pode estar reduzindo o potencial de contaminação global, com as tensões ficando mais sobre o EUA.
As críticas públicas de Trump ao presidente do Fed reacendem temores de interferência política e adicionam incerteza num cenário já sensível à condução da taxa de juros nos EUA.
A reação positiva dos futuros hoje mostra uma tentativa de recuperação técnica, mas o pano de fundo segue o mesmo: a economia americana desacelera sob a pressão dos juros e da incerteza gerado por Trump
Os mercados asiáticos tiveram desempenho contido nesta terça-feira (22), refletindo o movimento de realização de lucros visto em Wall Street na véspera. No Japão, o índice Nikkei 225 recuou 0,17%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,78% e encerrou aos 21.562,32 pontos. Na China continental, o índice CSI 300 operou de forma estável.
Na Europa, os mercados voltaram do feriado prolongado de Páscoa em tom negativo, em meio à persistente cautela com a economia dos EUA e o comércio global. O índice pan-europeu STOXX 600 cedia 0,30% no início dos negócios.
Em Wall Street, os futuros operam em alta nesta terça após um pregão difícil na véspera. Investidores tentam recuperar parte das perdas, mesmo diante das críticas mais recentes do presidente Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, que abalaram o sentimento de risco. Os contratos futuros atrelados ao S&P 500 e ao Nasdaq 100 subiam cerca de 0,80%.
Na véspera do feriado, o Ibovespa terminou o dia com alta de 1,04%, aos 129.650,00 pontos, com ganho de 1,54% na semana. O dólar à vista fechou em baixa de 1,05%, cotado a R$ 5,8037.
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(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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