Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Wall Street aguarda sinais do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre os próximos passos do Fed nas reuniões restantes deste ano.
Autoridades de bancos centrais de todo o mundo se reúnem esta semana em Jackson Hole, Wyoming, para o simpósio econômico anual do Fed.
A expectativa é de que Powell aproveite o evento para preparar os mercados para um corte de 25 pontos base em setembro, sinalizando uma postura mais acomodatícia até o fim do ano.
O mercado de futuros dos Fed Funds aponta uma probabilidade de 83% para um corte de 0,25 p.b. na próxima reunião do Fed.
As taxas dos Treasuries norte-americanas operam com pouca variação nesta terça. A taxa do título de dois anos recua para 3,76%, enquanto a taxa da nota de 10 anos avança para 4,34%.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, cai 0,2%, a 98,00 pontos. Enquanto os preços do ouro operam estáveis nesta terça-feira (19), com o ouro à vista em US$ 3.331,49 por onça.
O mercado de criptomoedas iniciou a semana em queda, pressionado por preocupações que provocaram mais de US$ 500 milhões em liquidações forçadas de posições compradas. O Bitcoin recua 1,1%, cotado a US$ 116.395, após ter atingido um novo recorde histórico na semana passada a US$ 124.496,00.
Os preços do petróleo caem nesta terça, com o mercado avaliando a possibilidade de que as negociações entre Rússia, Ucrânia e Estados Unidos para encerrar o conflito levem ao fim das sanções sobre o petróleo russo, aumentando a oferta global. O Brent recua US$ 0,48, ou 0,72%, para US$ 66,12 por barril.
Os mercados da Ásia encerraram o pregão em baixa nesta terça-feira. O índice Nikkei 225, do Japão, fechou com queda de 0,38%. Na China continental, o CSI 300 recuou 0,38%, já o índice Hang Seng, de Hong Kong, permaneceu estável.
As bolsas europeias operam em leve alta nesta terça-feira, reagindo positivamente às negociações sobre a guerra da Ucrania. Os futuros das ações norte-americanas recuam levemente.
Ontem (18), por aqui o Ibovespa encerrou em alta de 0,72%, a 137.322 pontos, enquanto o dólar comercial encerrou em alta de 0,68%, cotado a R$ 5,434. Os juros futuros encerraram em alta ante o trimestre anterior e 2,5% em relação a 2024, exceto na ponta curtíssima, onde exibiram leve queda.
Brasil: O IBC-BR (Índice de atividade econômica) registrou leve queda de 0,1% em junho frente a maio, após retração de 0,7% no mês anterior. Na comparação anual, o indicador cresceu 1,4%, menor alta desde março, influenciada pela base de comparação elevada em razão do efeito compensação das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
No segundo trimestre, o índice mostrou perda de dinamismo, com alta de 0,3% frente ao trimestre anterior e 2,5% em relação a 2024, bem abaixo do ritmo observado no início do ano.
Pelo lado setorial, a agropecuária avançou 5% em junho, após fortes ganhos no início do ano, enquanto o IBC-Br ex-agro cresceu 1,2%, sinalizando desaceleração generalizada em indústria, serviços e impostos. No acumulado do semestre, o setor agrícola registrou alta expressiva de 16,4%, impulsionado pela safra recorde de soja, enquanto os demais segmentos cresceram 2,2% em relação ao mesmo período de 2024. O tracking do PIB indica alta de 0,2% na margem no 2° trimestre, com crescimento de 1,9% em 2025.
Brasil: O IGP-10 registrou alta de 0,16% em agosto, após queda de 1,65% em julho. O IPA (Índice de preços no atacado) acelerou de -2,4% em julho para 0,06% em agosto, com destaque para os bens industriais, que interromperam cinco meses de quedas ao avançarem 0,91%.
No varejo, o IPC-10 acelerou de 0,13% para 0,18%, influenciado principalmente por saúde e cuidados pessoais, que reverteram a queda anterior nos itens de higiene. Despesas diversas também ganharam tração com reajustes em jogos lotéricos, enquanto alimentação e transportes tiveram quedas mais acentuadas, e educação recuou puxada por passagens aéreas. A construção (INCC-10) avançou 0,82%, após 0,57% em julho, impulsionada por materiais e equipamentos, enquanto o custo com mão de obra desacelerou.
Brasil: O Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que a atividade econômica vem mostrando sinais de moderação, como previsto pelo Copom, reflexo da política monetária via crédito e renda. Apesar disso, o hiato do produto segue positivo, indicando que a economia ainda opera acima do potencial, o que mantém a pressão sobre a inflação de serviços.
Quanto à política monetária, Guillen destacou que o Copom interrompeu o ciclo de cortes da Selic, atualmente em 15,00% ao ano, e que o foco agora é avaliar se o nível atual é suficiente para levar a inflação à meta. Segundo ele, a taxa deve ser mantida por um período prolongado, dada a persistência da inflação e as expectativas desancoradas, inclusive em prazos longos. Mantemos a expectativa de início do ciclo de corte de juros a partir de reunião de janeiro de 2026, levando a taxa Selic para 11,00% a.a. em dezembro de 2026.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |