Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais estão iniciando a semana em um tom cauteloso por conta do risco fiscal dos EUA. Embora a imprensa enfatize o rebaixamento pela Moody’s (veja mais abaixo), a elevação do risco — percebida pela alta das taxas de juros — reflete a aprovação de um Orçamento que amplia os déficits.
A Câmara dos EUA aprovou no domingo um projeto de lei orçamentário que aumenta os déficits projetados em quase US$ 3,00 trilhões.
A trajetória atual da dívida pública em relação ao PIB já tenderia a subir de 100% para 117%, ultrapassando o pico do pós-Segunda Guerra Mundial, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO). Em comparação com esse cenário, o projeto republicano ampliaria os déficits em cerca de 13,00%, reduzindo alguns gastos, mas diminuindo ainda mais a arrecadação.
“Enquanto os republicanos fazem campanha prometendo reduzir os gastos e controlar o crescimento da dívida, quando colocaram suas ideias no papel, demonstraram que se importam muito mais com cortes de impostos”, disse Romina Boccia, diretora do Instituto Cato.
No front geopolítico, o presidente dos EUA, Donald Trump, realizará uma ligação com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Na sexta-feira (16), a Moody’s rebaixou a classificação de crédito dos EUA de Aaa para Aa1, alinhando-se às suas concorrentes. A agência justificou a decisão pelo aumento do ônus no financiamento do déficit do governo e pelo elevado custo de refinanciamento da dívida em um ambiente de altas taxas de juros.
Com esse rebaixamento, a Moody’s se junta às demais grandes agências. A S&P iniciou o movimento em 2011 e a Fitch seguiu em 2023, reduzindo a nota dos EUA para AA+. Como é a última agência a fazer movimento, nos parece improvável que o mercado tenha se movido por esse motivo.
Nesta segunda-feira (19), os juros dos Treasuries dispararam. O título de 30 anos subiu mais de 10 pontos base, para 5,02%, enquanto o de 10 anos também avançou 10 p.b., chegando a 4,55%. Já o papel de 2 anos teve alta de mais de 2 p.b., atingindo 4,00%.
O dólar cai 0,90%, com o DXY de volta a 100,20 pontos. Os preços do ouro avançam, impulsionados pela queda do dólar e por tensões comerciais após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reafirmar as ameaças tarifárias de Trump. O ouro à vista subiu 0,70%, cotado a US$ 3.223,55 por onça.
Os mercados asiáticos recuaram, avaliando os novos dados econômicos da China e a alta dos juros nos EUA
Na Europa, as bolsas abriram em baixa, com o índice EuroStoxx caindo 0,80%, em linha com os futuros em Wall Street.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,11%, aos 139.187,00 pontos. Na semana, o índice subiu 1,96%. O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,20%, aos R$ 5,67. Na semana, a moeda americana acumulou alta de 0,25%.
China: as vendas no varejo cresceram 5,10% em abril na comparação anual, abaixo da estimativa de 5,50% dos analistas da Reuters. A produção industrial teve alta de 6,10% no mesmo período, superando a expectativa de 5,50%, mas desacelerando em relação ao salto de 7,70% registrado em março — indicando que o impacto das tarifas dos EUA não foi tão severo quanto previsto, por enquanto.
O investimento em ativos fixos cresceu 4,00% nos primeiros quatro meses de 2025, desacelerando em relação aos 4,20% do primeiro trimestre. Indústrias manufatureiras, afetadas pelo conflito comercial com os EUA, reduziram o crescimento de 9,10% para 8,80%. Em contraste, o investimento em infraestrutura manteve-se estável em 5,80%.
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(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |