Mercados tentam recuperação após sinais mistos no payroll

17/12/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados de ações globais ensaiam uma recuperação na manhã desta quarta-feira (17), após a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA — que trouxeram sinais mistos sobre a dinâmica recente da atividade e do emprego.

O diretor do Fed Christopher Waller e o presidente do Fedde Nova York, John Williams, discursam hoje. No momento, o mercado busca maior clareza sobre a avaliação do Comitê em relação ao cenário macroeconômico.

Os investidores também aguardam os dados de inflação dos EUA, que serão divulgados na amanhã (18).

Os juros dos Treasuries operam em leve alta nesta manhã. A taxa de 2 anos avança e negocia a 3,51%, enquanto a de 10 anos também sobe, a 4,17%.

O dólar trabalha em leve valorização frente a uma cesta de moedas fortes, com o DXY subindo 0,40%, aos 98,55 pontos. O ouro acompanha o movimento de busca por ativos de proteção e registra alta de 0,40%, negociado a US$ 4.319,49 a onça-troy, enquanto o bitcoin, na contramão, recua 1,39%, cotado a US$ 86.531,21.

Entre as commodities, o petróleo opera em alta, com o WTI avançando 2,60% — cotado a US$ 56,69 por barril — em reação ao bloqueio naval da Venezuela anunciado por Trump. Já o minério de ferro apresenta ganho de 0,50%, negociado a US$ 106,25 a tonelada.

As bolsas asiáticas encerraram o pregão sem direção única. O índice de Xangai liderou os ganhos, com avanço de 1,83%, enquanto o japonês Nikkei 225 fechou em alta de 0,26%.

Na Europa, as bolsas operam em leve alta, com o Euro Stoxx avançando 0,30%.

Nos EUA, os futuros do S&P 500 oscilam em terreno positivo, com alta de 0,30%.

Por aqui, ontem (16) o mercado doméstico sofreu uma forte realização, reagindo à pesquisa eleitoral que coloca Lula como favorito frente a Flávio Bolsonaro. O mercado avalia que a perspectiva de política fiscal mais expansionista eleva o risco macroeconômico, evocando paralelos com a crise de 2013-2016.

O Ibovespa recuou 2,40%, aos 158.577,88 pontos. O estresse local refletiu-se de forma intensa no câmbio e na curva de juros. O dólar à vista avançou 0,89%, cotado a R$ 5,4675. No mercado de DI, observou-se uma abertura significativa das taxas ao longo da estrutura a termo.

Economia

EUA: O mercado de trabalho dos Estados Unidos abriu 64 mil vagas em novembro, superando a expectativa de 50 mil. No entanto, a destruição de 105 mil postos em outubro, manteve os indicadores de tendência em níveis fracos. As médias móveis de três e seis meses recuaram para 22 mil e 17 mil vagas, respectivamente, sinalizando uma perda consistente de fôlego na geração de empregos ao longo dos últimos meses.

Esse ritmo está bem abaixo do intervalo de 80 a 100 mil vagas mensais considerado necessário para manter a taxa de desemprego estável. Como resultado, o desemprego avançou de 4,4% em setembro para 4,6% em novembro — reflexo de uma expansão da força de trabalho superior à abertura de vagas. Os dados da pesquisa domiciliar de outubro não serão divulgados, já que o shutdown do governo comprometeu a coleta de entrevistas no período.

Após a divulgação dos dados de emprego, o mercado manteve em 76% a probabilidade de manutenção da taxa de juros em 3,75% ao ano na reunião de janeiro, em linha com o tom cauteloso das declarações recentes de Jerome Powell e do presidente do Fed de Nova York, John Williams. O conjunto de dados reforça a leitura de enfraquecimento do mercado de trabalho, deslocando os riscos do ciclo mais para o lado do emprego do que da inflação e mantendo elevada a chance de um corte de juros no primeiro trimestre de 2026 com março como o cenário mais provável.

Brasil: A ata da última reunião do Copom trouxe uma leitura mais construtiva do ambiente econômico e suavizou a sinalização futura de política monetária, abrindo espaço para o início de um ciclo de cortes de juros já a partir de janeiro. O Banco Central destacou a redução das incertezas no cenário externo, favorecida pelo fim do shutdown do governo americano e pelo avanço nas negociações comerciais. No plano doméstico, o comitê reconheceu a perda de fôlego da demanda privada, evidenciada pela desaceleração do consumo das famílias no PIB do terceiro trimestre, além de sinais de moderação no mercado de trabalho e de uma dinâmica inflacionária mais benigna no curto prazo, especialmente nos serviços.

Na discussão sobre a estratégia de política monetária, o Copom também ajustou sua comunicação ao afirmar que a “estratégia em curso” de manter a taxa de juros em nível restritivo por um período prolongado segue adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. A inclusão do termo sugere que esse período já está em andamento desde junho, quando a Selic atingiu 15% ao ano, e pode estar mais próximo do fim.

Em conjunto, a melhora da avaliação do cenário e a mudança no tom da comunicação reforçam a percepção de maior disposição do comitê para iniciar o ciclo de afrouxamento nas próximas reuniões. Mantemos a expectativa de corte de 25 p.b. em janeiro e a Selic convergindo para 11% a.a. no final de 2026.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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