Mercados seguem voláteis em meio a incertezas; Trump critica presidente do Fed

17/04/2025 • 4 mins de leitura

Resumo do artigo

  • Ontem (16), o presidente do Fed Jerome Powell afirmou que as tarifas de Trump podem pressionar a inflação no curto prazo e que o banco central americano pode enfrentar um cenário no qual suas metas de pleno emprego e de inflação entram em conflito.

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Mercados

Os mercados globais seguem voláteis diante da incerteza provocada pela guerra tarifária. O S&P 500 recua 8,80% desde as eleições americanas e 12,00% desde a posse de Trump. O Nasdaq Composite despenca 11,50% desde a eleição e aproximadamente 17,00% desde a posse.

Ontem (16), o presidente do Fed Jerome Powell afirmou que as tarifas de Trump podem pressionar a inflação no curto prazo e que o banco central americano pode enfrentar um cenário no qual suas metas de pleno emprego e de inflação entram em conflito.

Os comentários reforçam a percepção de que o Fed não deve reagir no curto prazo aos indicadores mais fracos de atividade. Powell também minimizou a necessidade de intervenção nos mercados e destacou que, apesar da incerteza, os mercados operam de forma ordenada.

Trump criticou duramente Powell e abriu um conflito que o mercado temia. Ele afirmou que Powell “está sempre atrasado e errado” e que sua gestão “foi uma completa bagunça“. Trump concluiu que, com a queda dos preços do petróleo e de alimentos como ovos, o Fed já deveria ter cortado os juros. Trump ainda sugeriu que a demissão de Powell “não poderia vir rápido o suficiente”.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA sobem. O papel de 10 anos avança para 4,30%, enquanto a taxa do título de 2 anos está em 3,79%.

O índice do dólar opera próximo da mínima de três anos, aos 99,60 pontos.

O preço do ouro recua 0,10%, para US$ 3.339 por onça, com investidores realizando lucros após nova máxima histórica no início do pregão. A commodity acumula alta superior a 6,00% desde o anúncio das tarifas e sobe 22,00% desde a posse de Trump. O Bitcoin negocia a US$ 84.314,00, estável.

Os preços do petróleo estendem os ganhos nesta hoje (17), com o contrato futuro do Brent avançando US$ 0,34, ou 0,50%, para US$ 66,19 por barril

Os mercados asiáticos fecharam em alta nesta quinta-feira, contrariando o desempenho de Wall Street. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,61%, enquanto o CSI 300 da China continental fechou estável. O Nikkei 225, referência no Japão, subiu 1,35%.

As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã, com investidores à espera da nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu. O índice STOXX 600 recua 0,66%, enquanto os futuros de ações dos EUA sobem.

Ontem (16), o Ibovespa fecha em baixa de 0,72%, aos 128.317 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, a R$ 5,8650.

Economia

EUA: As vendas no varejo subiram 1,4% em março, em linha com as expectativas. Os dados foram impulsionados principalmente pelas vendas de automóveis, que avançaram 5,3% — possivelmente devido às compras antecipadas antes do aumento de tarifas. O núcleo das vendas do varejo cresceu 0,4% no mês, ligeiramente abaixo das projeções, com destaque negativo para os varejistas online e lojas de alimentos e bebidas.

Também houve revisões positivas nos dados anteriores: o núcleo das vendas foi ajustado para cima em 0,5% em fevereiro, com melhorias também nos dados de janeiro. Entre os setores com melhor desempenho em março estão artigos esportivos, restaurantes e eletrônicos.

EUA: A produção industrial recuou 0,3% em março, queda um pouco maior que o esperado, influenciada principalmente por uma forte retração de 5,8% no segmento de utilidades, devido ao clima mais quente no mês. Apesar disso, a produção manufatureira teve desempenho levemente acima do previsto, com alta de 0,3%. Os dados de fevereiro foram revisados positivamente: a produção industrial subiu 0,8% (contra 0,7% antes) e a manufatureira avançou 1,0% (ante 0,9%). A utilização da capacidade instalada caiu 0,4 ponto percentual, para 77,8%, sugerindo alguma folga na atividade industrial.

EUA: Durante evento no Economic Club of Chicago, o presidente do Fed Jerome Powell afirmou que os aumentos de tarifas anunciados pelo governo Trump foram “significativamente maiores” do que o esperado, inclusive superando os cenários mais pessimistas considerados pelo banco central. Segundo Powell, essas tarifas devem resultar em maior inflação e menor crescimento, o que pode colocar em conflito os dois mandatos do Fed: pleno emprego e estabilidade de preços.

Nessa situação, ele destacou que a política monetária seria calibrada conforme a distância da economia em relação a cada objetivo, levando em conta os diferentes prazos para que essas metas possam ser atingidas. Ele também reforçou que, sem estabilidade de preços, não é possível sustentar períodos prolongados de forte mercado de trabalho.

Powell alertou para a alta significativa das expectativas de inflação no curto prazo, embora as expectativas de longo prazo pareçam “bem ancoradas”. Ressaltou também a importância de evitar que um aumento pontual de preços se transforme em um problema inflacionário persistente. Além disso, destacou os riscos à atividade econômica decorrentes do aumento das tarifas, incluindo maior incerteza e queda na confiança de consumidores e empresas. Segundo ele, empresários relataram custos mais elevados e incertezas como fatores preocupantes, o que pode prejudicar decisões de investimento e crescimento.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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