Mercados de Wall Street ensaiam recuperação após queda na sexta

15/12/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados acionários dos EUA recuaram acentuadamente na última sexta-feira (12), pressionados pelo setor de tecnologia.

O S&P 500 caiu 1,07%, afastando-se de seu recorde histórico, enquanto o Nasdaq Composite recuou 1,69%. O movimento reflete a reavaliação contínua dos investidores sobre o ímpeto do rali impulsionado pela inteligência artificial (IA) e o potencial de dispersão dos ganhos para outros setores.

Nesta semana, os dados do nonfarm payrolls de novembro devem ser divulgados excepcionalmente na terça-feira (16), juntamente com as vendas no varejo de outubro. Ambos relatórios sofreram atrasos devido à paralisação parcial do governo dos EUA. Além disso, o índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro está previsto para quinta-feira (18).

No front político, Trump afirmou na sexta-feira inclinar-se para Kevin Warsh, ex-diretor do Fed, ou Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, para liderar o Federal Reserve — banco central dos EUA — a partir do próximo ano.

As taxas dos Treasuries oscilam de forma contida nesta manhã, com os vértices de 2 e 10 anos negociando próximos da estabilidade. A taxa da nota de 2 anos trabalha a 3,51%, enquanto o título de 10 anos marca 4,17%.

O dólar opera próximo da mínima de dois meses atingida na semana passada, com o DXY — índice que mede a força da moeda americana ante seis pares — recuando 0,10%, aos 98,30 pontos. O ouro registra valorização de 1,01%, cotado a US$ 4.343,04 a onça-troy, enquanto a bitcoin cede 0,43%, trocando de mãos a US$ 89.810,45.

Nos mercados de commodities, os preços do petróleo sobem nesta segunda-feira (15), recuperando parte da queda de 4% da semana anterior. Os futuros do Brent avançam 0,4%, negociados a US$ 61,37 por barril, e o WTI mostra estabilidade com viés positivo de 0,02%, cotado a US$ 57,45 por barril. O minério de ferro avança 0,28%, cotado a US$ 106,05 por tonelada.

As bolsas asiáticas encerraram o pregão majoritariamente no campo negativo: o índice Nikkei, do Japão, recuou 1,31%, e Xangai perdeu 0,63%. A Europa opera em terreno positivo, com o índice Euro Stoxx avançando 0,56%, enquanto os futuros do S&P 500 em Nova York registram alta de 0,44%.

No Brasil o Ibovespa fechou em alta de 0,99% no último pregão, aos 160.766,37 pontos. O dólar à vista terminou o dia com valorização de 0,23%, cotado a R$ 5,4181. A curva de juros apresentou deslocamento para baixo, com quedas expressivas — como o recuo foi mais intenso nos vértices longos, o movimento resultou em perda de inclinação.

Economia

China: Os dados de atividade em novembro apontaram para um quadro misto, porém com perda generalizada de fôlego, à medida que o dinamismo arrefeceu no consumo, no investimento e em parte da indústria. O crescimento da produção industrial desacelerou levemente para 4,8% na comparação anual, com a fraqueza nos segmentos de automóveis e utilities. As vendas no varejo perderam força de forma mais acentuada, avançando apenas 1,3% em relação ao ano anterior, refletindo fraqueza disseminada no consumo de bens.

O investimento em ativos fixos permaneceu fortemente negativo na leitura mensal, pressionado pela prolongada crise do mercado imobiliário, apesar de sinais modestos de estabilização nos investimentos em manufatura e infraestrutura. Em conjunto, os dados de outubro e novembro indicam riscos de baixa para o crescimento do quarto trimestre — aumentando a dependência de uma recuperação da atividade em dezembro para o cumprimento das metas de crescimento do PIB no ano.

Brasil: O setor de serviços avançou 0,3% em outubro ante setembro, marcando o nono ganho consecutivo e renovando recordes na série com ajuste sazonal, segundo dados oficiais. Ainda assim, o crescimento anual de 2,2% ficou aquém das expectativas do mercado, sugerindo perda gradual de tração após um início de ano mais forte. Desde janeiro, o setor acumula alta de 3,7% — a mais longa sequência positiva já registrada pela pesquisa.

O desempenho foi sustentado principalmente pelos transportes, com destaque para o transporte aéreo e o rodoviário. Serviços de tecnologia da informação, por sua vez, seguem em forte expansão, em linha com o avanço da digitalização. O tracking do PIB indica contração de 0,1% na margem no 4° trimestre.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (12/12/2025):

  • IPCA/2025 caiu de 4,40% para 4,36%, enquanto o IPCA/2026 caiu de 4,16% para 4,10%;
  • PIB/2025 ficou estável em 2,25%, enquanto o PIB/2026 ficou estável em 1,80%;
  • Dólar/2025 ficou estável em R$ 5,40, enquanto o Dólar/2026 ficou estável em R$ 5,50;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 caiu de 12,25% para 12,13% a.a.;
  • Primário/25 ficou estável em -0,50%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

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Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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