Mercado aguarda CPI de junho para analisar impacto das tarifas na inflação americana

15/07/2025 • 4 mins de leitura

📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Com nova escalada das tensões comerciais, cada detalhe do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA deve ser minuciosamente vasculhado em busca de sinais do impacto tarifário. O indicador é divulgado hoje (15) às 9h30.

meses o mercado repete que haveria uma defasagem entre as tarifas e a inflação, com os estoques funcionando como amortecedores temporários. Agora chegou a hora de avaliar os efeitos. Economistas estimam que a inflação cheia anual acelere de 2,40% em maio para 2,70% em junho. O núcleo de inflação deve subir de 2,80% para 3,00%.

Nos mercados de juros, os contratos futuros de Fed Funds precificam cerca de 50 pontos base de cortes até o fim do ano. O primeiro deles, de 25 p.b., seria esperado para setembro.

As taxas dos Treasuries operam levemente em baixa nesta terça-feira. A taxa do Treasury de 10 anos recua para 4,42% ao ano, enquanto a taxa do título de 30 anos cede para 4,96%. A taxa do Treasury de 2 anos permanece estável em 3,90%.

O dólar ronda o maior nível em três semanas frente a uma cesta de moedas. O índice DXY, que compara o dólar com seis moedas relevantes, opera estável em 97,70 pontos.

O ouro avança, apoiado pelas incertezas da guerra comercial, que seguem turbinando a demanda por ativos de proteção. O ouro à vista sobe 0,50%, negociado a US$ 3.361,39 por onça-troy.

O petróleo recua, com o Brent caindo US$ 0,05, para US$ 69,16 por barril.

Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em alta nesta terça, depois que o PIB do segundo trimestre da China superou as estimativas dos analistas.

Na Europa, as bolsas sobem de forma generalizada. Os futuros de Nova York também avançam. As ações da Nvidia disparam quase 5% no pré-mercado, após a empresa anunciar que vai retomar “em breve” as vendas dos chips H20 de IA para a China.

Ontem (14), por aqui o Ibovespa fechou em baixa de 0,65%, aos 135.299 pontos, pressionado pelas perdas de Petrobras e Vale. O dólar à vista fechou em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,5842. Os juros futuros terminaram mistos, com os vencimentos curtos oscilando entre baixa e estabilidade e os vencimentos mais longos em alta.

Economia

China: A economia desacelera no segundo trimestre de 2025, com indústria forte e consumo fraco. O PIB cresceu 5,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2024, levemente acima das expectativas, mas abaixo dos 5,4% registrados no primeiro trimestre. Na comparação trimestral, o avanço foi de 1,1% na margem.

A produção industrial avançou 6,8% em junho na comparação anual, superando as projeções dos analistas, impulsionada pela recuperação das exportações após uma trégua temporária nas tensões comerciais com os Estados Unidos. Por outro lado, o investimento em ativos fixos — pilar de infraestrutura e do setor imobiliário — teve alta de 2,8% em junho na comparação anual e ficou abaixo das expectativas de alta de 3,6%. A desaceleração dos investimentos é atribuída à fraqueza persistente no mercado imobiliário e as condições climáticas adversas.

As vendas no varejo também decepcionaram, com crescimento de 4,8% que reflete efeitos pontuais do calendário promocional e falta de recursos em programas regionais.

O setor de serviços mostrou resiliência, com leve desaceleração para 6,0% em junho. Diante do crescimento médio de 5,3% no primeiro semestre, o governo chinês deve manter uma postura cautelosa, optando por estímulos pontuais, ao invés de medidas amplas, na reunião do Politburo deste mês.

Brasil: O IBC-BR recuou 0,74% em maio na comparação com abril, marcando o primeiro resultado negativo do ano e ficando abaixo das expectativas do mercado. Na comparação interanual, houve alta de 3,2%, mas com perda de força vinda do setor agropecuário, cuja contribuição ao crescimento anual caiu para 0,6 ponto percentual – o menor patamar desde agosto de 2023. Com a safra recorde de soja praticamente encerrada em abril, o setor agro recuou 4,2% na margem e a tendência é de novas quedas até agosto. Em termos de média móvel trimestral, o indicador ficou estável após quatro meses de alta.

Mesmo com impacto positivo no resultado anual, o IBC-BR excluindo a agricultura caiu 0,3% na margem, refletindo fraqueza disseminada entre os setores. A indústria recuou 0,5%, puxada por bens de capital e de consumo duráveis, os serviços ficaram estáveis e os impostos caíram 1% — destoando da arrecadação federal, que cresceu no mês.

Os dados reforçam a tendência de desaceleração da atividade desde o fim de 2024, com crescimento mensal médio de apenas 0,1% de setembro até maio deste ano, em contraste com os 0,45% registrados entre outubro de 2023 e setembro de 2024. Mantemos a expectativa de alta de 0,2% na margem do PIB no 2° trimestre de 2025.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

Se você tem
Monte Bravo, Bravo!

Invista com quem ajuda você a alcançar o próximo topo.

Abra sua conta