Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os contratos futuros de ações americanas recuam nesta terça-feira (14), após a sessão positiva da véspera. O movimento ocorre em meio à renovação dos temores sobre as relações comerciais entre Estados Unidos e China.
Os futuros do Dow Jones caem 284 pontos, ou 0,60%, enquanto os do S&P 500 recuam 1,00% e os do Nasdaq 100 perdem 1,30%.
A queda ocorre após Estados Unidos e China passarem a cobrar novas tarifas portuárias sobre os navios cargueiros um do outro, intensificando as tensões na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. A Bloomberg News também informou que Pequim impôs sanções a cinco subsidiárias americanas do grupo sul-coreano Hanwha Ocean Co.
As perdas de hoje interrompem o forte rali de segunda-feira (13), quando o presidente Donald Trump pareceu reduzir as preocupações sobre o conflito comercial com Pequim.
Na sessão anterior, o S&P 500 e o Dow Jones haviam avançado mais de 1,00%, com o primeiro registrando seu maior ganho diário desde 27 de maio. O índice também recuperou mais da metade das perdas da sexta-feira anterior. O Dow teve seu melhor desempenho desde 11 de setembro, encerrando uma sequência de cinco quedas consecutivas e recuperando cerca de dois terços das perdas acumuladas na semana passada.
A taxa do Treasury de 10 anos recua 2 pontos base, a 4,02%. O ouro sobe e atinge novo recorde, cotado abaixo de US$ 4.191,00 por onça-troy, enquanto o dólar avança 0,10% frente a uma cesta ponderada de moedas. No mercado de criptoativos, o Bitcoin recua 3,20% nas últimas 24 horas.
Os preços do petróleo caem mais de 1,50% nas negociações iniciais, à medida que as tensões comerciais entre EUA e China voltam a alimentar a incerteza e pesam sobre as perspectivas de demanda global. O Brent e o WTI recuam 1,70%, cotados a US$ 62,26 e US$ 58,06 por barril, respectivamente.
As bolsas europeias operam em queda nesta terça, revertendo o otimismo que marcou o início da semana, em meio ao risco de uma nova escalada na disputa comercial entre Estados Unidos e China.
Ontem, Ibovespa fechou em alta de 0,78%, aos 141.783 pontos. O dólar encerrou em queda de 0,75%, a R$ 5,46, enquanto as taxas de juros recuaram ao longo de toda a curva.
China: Em setembro, o comércio exterior acelerou em termos anuais, com exportações e importações acima do esperado. As exportações cresceram 8,3% em relação ao ano anterior (ante 4,4% em agosto), enquanto as importações avançaram 7,4% (ante 1,3%). Em termos mensais, as exportações recuaram levemente (-0,1%), e as importações aumentaram 4,7%. O superávit comercial somou US$ 90,4 bilhões, abaixo dos US$ 102,3 bilhões de agosto.
Por destino, as exportações chinesas para os Estados Unidos, África e América Latina cresceram em setembro, enquanto caíram para a ASEAN, Japão e União Europeia. As importações subiram para a maioria dos parceiros comerciais, exceto os EUA. As vendas para os EUA recuaram 27% em base anual, enquanto as destinadas à UE aumentaram 14,2%. Entre os emergentes, as exportações para a África dispararam 56,4%, e as importações provenientes de diversos países em desenvolvimento também avançaram.
Por categoria, os embarques de metais e produtos tecnológicos aumentaram em setembro, enquanto os de automóveis, têxteis e itens ligados à construção diminuíram. As exportações de chips subiram 32,7% e as de minérios de terras raras avançaram 97,1%, impulsionadas pelos preços mais altos. Do lado das importações, houve alta expressiva de minérios e produtos agrícolas, com destaque para o minério de ferro, cujo valor importado cresceu 13,4%. As importações de petróleo e automóveis continuaram em queda, refletindo preços mais baixos e demanda ainda moderada.
China: A China impôs sanções a cinco unidades norte-americanas da Hanwha Ocean Co., gigante sul-coreana de transporte marítimo, após a empresa colaborar com investigações dos EUA sobre o setor marítimo chinês. A decisão, vista por Pequim como uma defesa de sua soberania, aprofunda as tensões entre as duas maiores economias do mundo e pressiona Seul a equilibrar sua posição entre Washington e Pequim. O mercado reagiu de imediato: as ações da Hanwha caíram 6,2%, enquanto empresas chinesas de construção naval registraram ganhos.
O episódio ocorre em meio à escalada do protecionismo global, com os EUA ampliando restrições à tecnologia chinesa e ameaçando novas tarifas. A disputa marítima se soma à guerra comercial em curso, em um setor estratégico que movimenta mais de 80% do comércio mundial.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não houve divulgação de indicadores relevantes.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |