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Mercados
Os juros globais estão em alta à medida que os investidores projetam um ritmo mais lento de cortes nas taxas de juros nos EUA. O movimento acontece em meio a sinais de força da economia e das incertezas sobre as políticas de Trump — que impulsionam o crescimento, mas aumentam as pressões inflacionárias.
No campo dos dados, as atenções agora se voltam para os números de inflação. O relatório do índice de preços ao produtor está previsto para esta terça-feira (14) e o índice de preços ao consumidor será divulgado na quarta-feira (15).
O índice de preços ao produtor, que mede a inflação no atacado, será divulgado às 10h30. A previsão é de que o PPI geral suba 0,40%, enquanto o núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, deva avançar 0,30%.
A taxa do título do Tesouro de 10 anos atingiu um novo pico de 14 meses ontem (13) e estão negociando a 4,78%, enquanto o de 2 anos está em 4,39%.
O dólar permaneceu próximo de seu nível mais alto em mais de dois anos nesta terça. O índice do dólar, que mede a moeda americana em relação a outras seis, está em 109,6 — próximo da máxima de 26 meses de 110,2 registrada na segunda-feira.
Os preços do ouro subiram hoje, com o ouro à vista em alta de 0,30%, para US$ 2.669,5 por onça. O preço da principal criptomoeda, o Bitcoin, está agora em US$ 96.864.
Os preços do petróleo recuam na abertura do mercado nesta terça, mas permaneceram próximos das máximas de quatro meses, enquanto compradores chineses e indianos buscaram novos fornecedores após as mais severas sanções da administração Biden contra o petróleo russo. Os futuros do Brent caíram 0,27%, para US$ 80,80 por barril, enquanto o petróleo bruto WTI (West Texas Intermediate) dos EUA caiu 0,20%, para US$ 78,60 por barril.
Os mercados asiáticos, em sua maioria, subiram hoje. O índice Hang Seng de Hong Kong avançou 1,90%, enquanto o CSI 300 da China continental subiu 2,63%. Os mercados japoneses foram a única exceção, com o Nikkei 225 caindo 1,83%.
Os mercados europeus abriram em alta nesta terça, alinhados com os futuros das ações dos EUA.
Ontem, por aqui o Ibovespa teve leve alta de 0,13%, aos 119.007 pontos. O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,06%, a R$ 6,0985, enquanto os juros futuros terminaram o dia mistos — vencimentos curtos e médios operaram em baixa e os longos perto da estabilidade.
Economia
China: O crédito ampliado registrou um aumento de 2,9 trilhões de yuans, superando os 2,3 trilhões de yuans observados em novembro. O montante também ultrapassou a média mensal de 1,9 trilhões de yuans verificada entre 2019 e 2023. Na comparação anual, o crédito ampliado teve um crescimento de 5,6%. O principal motor desse avanço foi o financiamento governamental, com emissão líquida de 1,8 trilhões de yuans em títulos, representando 61,6% do total mensal. Esse desempenho reflete o plano de troca de dívidas anunciado em outubro.
China: O superávit comercial alcançou US$ 104,8 bilhões em dezembro, acima dos US$ 97,4 bilhões registrados em novembro e do acumulado de US$ 992,9 bilhões em 2024. As exportações totalizaram US$ 3,576 trilhões, com alta de 6,8% em relação a 2023, enquanto as importações atingiram US$ 2,585 trilhões. O crescimento das exportações acelerou para 10,7% ao ano, superando tanto a previsão consensual de 7,5% quanto a estimativa de 8,3%. Por região, destacou-se o aumento de 15,7% nas exportações para os EUA — o maior desde fevereiro de 2024 —, além do crescimento de 8,8% para a União Europeia, enquanto as exportações para o Japão recuaram. Entre os produtos, os bens tradicionais lideraram o avanço, com destaque para os têxteis.
Brasil: Em discurso realizado ontem, o Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou que a redução da inflação doméstica está fortemente atrelada à inflação global, dada a influência do câmbio depreciado nos preços internos. O contexto internacional traz incertezas, especialmente em relação à postura do Fed, intensificadas após a eleição de Donald Trump. Dados recentes, como os da indústria e do comércio, apontam possíveis mudanças na atividade econômica, mas ainda é cedo para confirmar uma tendência clara.
Apesar dos juros elevados, o crédito continua resiliente, com inadimplência contida pela dinâmica positiva do mercado de trabalho. No entanto, o impacto da política monetária tem sido menor do que o esperado, levantando questionamentos sobre possíveis barreiras nos canais de transmissão.
Além disso, ele expressou preocupação com as expectativas de inflação desancoradas, afirmando que o Banco Central está comprometido em reverter esse quadro. Em resumo, Guillen apresentou um cenário desafiador, com inflação acima da meta, economia aquecida, presença de fatores mitigadores para a política monetária — como expansão fiscal e creditícia — e um ambiente externo adverso, reforçando a necessidade de uma política monetária ainda mais restritiva. Mantemos nossa expectativa do ciclo de aperto nas próximas reuniões, levando a taxa Selic para 15,25% a.a. em junho desse ano.
Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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