Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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O mundo amanhece nesta sexta-feira (13) sob o espectro do agravamento do conflito no Oriente Médio.
As tensões geopolíticas aumentaram depois que Israel lançou uma série de ataques aéreos contra o Irã na madrugada de sexta (horário local), atingindo locais ligados ao programa nuclear iraniano.
Os bombardeios israelenses mataram dois dos principais cientistas nucleares do Irã. “Essa operação continuará pelo tempo que for necessário para eliminar essa ameaça”, afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu que Teerã negocie um acordo nuclear “antes que não reste mais nada”. Em resposta, o Irã lançou mais de 100 drones em direção ao território israelense na manhã de hoje.
Se o conflito se ampliar, vários caminhos de escalada poderão impactar significativamente os mercados globais.
O Irã pode tentar interromper o tráfego marítimo pelo Estreito de Ormuz, o que poderia provocar uma disparada nos preços do petróleo e deflagrar uma crise energética. Novos ataques israelenses de precisão em território iraniano e contra instalações nucleares devem gerar retaliações diretas do Irã com mísseis, colocando em risco infraestruturas estratégicas e populações civis.
Investidores devem se preparar para uma volatilidade elevada em commodities, ações e moedas à medida que a situação evolua.
As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA operam próximas da estabilidade, com o título de 10 anos em 4,37% e o papel de 2 anos a 3,93%.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de moedas relevantes — sobe 0,50%, para 98,40 pontos. O ouro à vista sobe 1,30%, atingindo US$ 3.428,28 por onça.
Os contratos futuros de petróleo saltaram na manhã de sexta-feira. O Brent, referência global, sobe 8,90%, a US$ 74,10 por barril.
Os mercados globais de ações operam em queda, reagindo ao agravamento do conflito no Oriente Médio.
Ontem (12), por aqui o Ibovespa fechou em alta de 0,49%, aos 137.780 pontos. O dólar comercial (PTAX) fechou em leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,542 e, na B3, os juros futuros fecharam em queda ao longo de toda a curva.
EUA: O PPI subiu abaixo do esperado em maio, sinalizando uma possível moderação nas pressões inflacionárias nas cadeias de produção. O índice de preços ao produtor (PPI) avançou 0,1% no mês, frente às expectativas de alta mais expressiva. Os preços de alimentos e bens básicos subiram 0,1%, enquanto os preços de energia ficaram estáveis. O núcleo do PPI, que exclui alimentos, energia e serviços de comércio, também registrou alta de 0,1%.
Outros componentes revelaram movimentos distintos. As margens de varejo aumentaram 0,4%, enquanto a versão antiga do núcleo do PPI — que considera apenas bens acabados, excluindo alimentos e energia — teve alta de 0,3%. Os preços de bens intermediários subiram 0,4%, mas os preços de matérias-primas brutas, excluindo alimentos e energia, recuaram 1,4%. Entre os serviços, houve queda de 1,1% nas passagens aéreas e de 1,0% nos serviços de gestão de portfólio.
Na área da saúde, categorias relevantes para o índice de gastos com consumo (PCE), usado pelo Federal Reserve como referência para a inflação, mostraram avanço. Considerando os resultados do CPI e do PPI, a projeção aponta para alta de 0,15% do núcleo do PCE em maio, o que é compatível com a variação de 2,6% em termos anuais.
Brasil: As vendas do comércio restrito, que exclui veículos e materiais de construção, registraram alta de 4,8% em abril na comparação interanual. O varejo ampliado avançou apenas 0,8% no ano, abaixo do esperado, refletindo um desempenho mais fraco em setores como veículos e materiais de construção.
Na comparação com março, os dados dessazonalizados apontaram retração nas vendas: -0,4% no varejo restrito e -1,9% no varejo ampliado. A queda veio após um primeiro trimestre mais forte e representa uma acomodação do ritmo de vendas. O varejo alimentício cresceu 6,4% no ano, mas caiu 0,8% na margem, possivelmente impactado pela alta dos preços dos alimentos.
O setor de veículos teve forte retração, com queda interanual de 7,1% e recuo de 2,2% na margem. O desempenho foi afetado por dois dias úteis a menos em abril e por condições mais restritivas de crédito, conforme dados recentes do Banco Central. Considerando esses dados, o tracking do PIB indica alta de 0,2% na margem no 2° trimestre desse ano. A projeção para o crescimento está mantida em 1,9% para 2025.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |