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Mercados
Nesta quarta-feira (12), o foco do mercado global está voltado para o índice de preços ao consumidor dos EUA para janeiro, que será publicado às 10h30. A expectativa é que a inflação tenha subido 0,3% ante o mês anterior e 2,9% na comparação anual. A leitura da inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, é projetada para estar em 0,3% e 3,1%, respectivamente.
Ontem o presidente do Fed Jerome Powell compareceu ao Comitê Bancário do Senado e disse que o banco central “não precisa ter pressa” para cortar ainda mais as taxas de juros. “Sabemos que reduzir a restrição da política monetária muito rápido ou demais pode atrapalhar o progresso na inflação. Ao mesmo tempo, reduzir a restrição da política monetária muito devagar ou muito pouco pode enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego”, afirmou.
Os futuros dos Fed Funds precificam 35 pontos base em cortes de juros pelo Fed até o final do ano, pouco alterados em relação ao dia anterior aos comentários de Powell. Essa precificação implica apenas um corte de 25 pontos base e uma chance parcial de um segundo corte.
Os juros do Tesouro dos EUA se mantiveram estáveis nesta quarta, enquanto os investidores se preparavam para o relatório de inflação ao consumidor de janeiro. O Tesouro de 10 anos subiu para 4,5454%, enquanto o título de 2 anos está em 4,3002%.
O índice do dólar (DXY) estava em baixa de cerca de 0,3% em 108,04. Os preços do ouro caíram nesta quarta após subirem a uma máxima histórica na sessão anterior, com o ouro à vista caindo 0,1%, para US$ 2.895,38 por onça. Em criptomoedas, o Bitcoin caiu 0,40%, para US$ 97.016,65.
Os preços do petróleo recuaram esta manhã, com os futuros do Brent em baixa de 1,0%, a US$ 76,20 por barril.
Os mercados da Ásia-Pacífico subiram em sua maioria nesta quarta-feira. Por lá, os investidores digeriam o impacto das novas tarifas dos EUA nas economias regionais.
Os mercados europeus estão ligeiramente mais altos na quarta-feira, enquanto os futuros das ações dos EUA estão ligeiramente mais baixos na quarta-feira.
Ontem, por aqui, o Ibovespa fechou em alta de 0,76%, aos 126.522 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,31%, cotado a R$ 5,7678.
Economia
EUA: O presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou no Senado a mensagem da última reunião do FOMC e destacou que a política monetária se tornou menos restritiva após cortes de 100 pontos base desde setembro. Ele afirmou que não há urgência em novos ajustes, pois o mercado de trabalho está equilibrado e não pressiona a inflação, cujas expectativas seguem ancoradas.
Powell também alertou para a necessidade de colocar o orçamento dos EUA em um caminho sustentável. Ele apontou que as taxas longas refletem preocupações fiscais, e não decisões futuras do Fed. Sobre tarifas, disse ser cedo para avaliar impactos, mas reconheceu um possível efeito inflacionário. Os mercados financeiros reagiram de forma contida à audiência.
Brasil: O IPCA de janeiro registrou alta de 0,16%, conforme esperado pelo mercado. A inflação foi contida pelo desconto na conta de luz devido ao bônus de Itaipu e pela menor pressão sobre bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos. No entanto, serviços seguiram pressionados — com núcleo anualizado em 5,9% — e alimentos continuam com alta significativa, apesar de algum alívio na margem. Os principais impactos inflacionários vieram de passagens aéreas, alimentação e serviços, enquanto a inflação de bens foi menor devido à deflação em vestuário e eletrônicos.
A dinâmica dos núcleos de inflação segue preocupante, com alta de 0,61% em janeiro e aceleração na média móvel trimestral anualizada para 5,9%. O núcleo de bens apresentou melhora pontual devido às liquidações sazonais, mas ainda mantém trajetória de alta. Já os serviços continuam pressionados, impulsionados pelo mercado de trabalho aquecido e pela inércia inflacionária. O núcleo de serviços subiu 0,86% no mês, com destaque para aluguel, alimentação fora do domicílio e seguro de automóvel. Esse cenário reforça os desafios para o Banco Central no controle da inflação.
Diante do balanço de riscos assimétrico e da fragilização da âncora fiscal, espera-se que o Banco Central mantenha uma postura firme na política monetária. Isso reforça a sinalização de manutenção do ritmo de alta de 100 p.b. na reunião de março e uma possível continuidade do ciclo com alta de 50 p.b. em maio, levando a taxa terminal para 14,75% ao ano. Para fevereiro, a inflação deve acelerar para 1,43%, impulsionada pelo fim do bônus de Itaipu e reajustes na educação. Para 2025, a projeção do IPCA é de 7,0%, reforçando a necessidade de medidas mais rigorosas para conter a inflação.
Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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