Dados de inflação nos EUA dominam atenção dos investidores

10/09/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Nesta quarta-feira (10), os mercados acompanham a divulgação do índice de preços ao produtor dos Estados Unidos. O dado antecede o índice de preços ao consumidor, que será publicado amanhã (11), e ambos devem oferecer novas pistas sobre o comportamento da inflação na maior economia do mundo.

No front geopolítico, investidores repercutem relatos de que o presidente norte-americano, Donald Trump, solicitou à União Europeia a imposição de tarifas de até 100% sobre China e Índia em resposta às compras de petróleo russo por esses países. A medida busca intensificar a pressão sobre Moscou para encerrar a guerra na Ucrânia, mas pode agravar mais as tensões comerciais globais.

As expectativas de mercado apontam para um corte de 25 pontos base na taxa de juros nos EUA, enquanto a probabilidade de uma redução mais agressiva, de 50 p.b., gira em torno de 6%. No total, os investidores precificam 66 p.b. de afrouxamento monetário até o fim do ano.

Os Treasuries operam perto da estabilidade, com o título de 10 anos negociando a 4,06% e o de 2 anos em 3,50%.

O dólar norte-americano opera estável nesta quarta, sustentando os ganhos da madrugada. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, permanece em 97,83 pontos.

O preço do ouro avança, impulsionado pela perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos ainda neste mês. O ouro à vista sobe 0,30%, cotado a US$ 3.635,33 por onça.

O petróleo também registra alta após Israel atacar lideranças do Hamas no Catar e Trump pedir à Europa que taxe compradores de petróleo russo. Ainda assim, a perspectiva fraca para a demanda limita os ganhos. O Brent para entrega futura sobe US$ 0,35, ou 0,53%, negociado a US$ 66,74 por barril.

Os mercados asiáticos encerraram o dia em alta, acompanhando o desempenho positivo de Wall Street em meio à crescente expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve. Investidores também avaliaram os dados de inflação de agosto na China.

Na Europa, as bolsas abriram em território positivo nesta quarta-feira. Os futuros do S&P 500 operam com leve alta. Ontem (09), os três principais índices norte-americanos encerraram o pregão com novas máximas de fechamento.

O Ibovespa encerrou o dia em ligeira baixa de 0,12% ontem, aos 141.618 pontos. O dólar fechou em leve alta, de 0,35%, valendo R$ 5,43 e os juros futuros subiram ao longo de toda a curva.

Economia

EUA: O Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) apresentou uma estimativa preliminar que sugere a maior revisão negativa do crescimento do emprego desde 2000. Entre abril de 2024 e março de 2025, a criação de vagas teria sido revisada para baixo em 911 mil, o que equivale a 76 mil empregos a menos por mês.

Caso se confirme, o número reduziria a média de geração de postos de trabalho no período para 71 mil ao mês, bem abaixo dos 147 mil atualmente reportados. A revisão final será incorporada às estatísticas de folha de pagamento apenas em fevereiro de 2026, junto ao relatório de janeiro.

Apesar da magnitude, há razões para acreditar que o corte pode ser exagerado. O uso de registros de seguro-desemprego tende a subestimar a participação de imigrantes não autorizados, que impulsionaram o mercado de trabalho nos últimos anos.

Os cortes mais fortes estariam concentrados em lazer e hospitalidade, serviços profissionais, comércio varejista e atacadista, além de manufatura e mineração. Ainda que se refiram a dados defasados e não afetem indicadores como a taxa de desemprego, as revisões reforçam a percepção de que o mercado de trabalho americano perdeu força de forma consistente no último ano.

China: O índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,4% em agosto na comparação anual, depois de ficar estável no mês anterior. O CPI foi pressionado exclusivamente pelos alimentos, que recuaram de forma disseminada e registraram queda anualizada de 11% em termos ajustados. Esse movimento, combinado à base elevada, reduziu a taxa anual em 2,7 pontos percentuais, para -4,3%, explicando toda a retração do índice cheio.

Desde a reabertura, os preços de alimentos têm mostrado fraqueza, refletindo a demanda contida. Em contraste, o núcleo da inflação manteve-se firme, puxado por eletrodomésticos no âmbito do programa de substituição, e subiu ligeiramente para 0,9% na comparação anual.

No atacado, o índice de preços ao produtor (PPI) mostrou melhora mensal, atingindo estabilidade, com avanço de 0,1% em bens intermediários e queda de 0,1% em bens de consumo. O detalhamento aponta ganhos relevantes em carvão e metais ferrosos, apoiados por cortes de produção.

Para os próximos meses, espera-se que o núcleo da inflação e o PPI anual avancem, sustentados pelo programa de troca de bens, ouro e baixa base de comparação. Contudo, a implementação gradual das medidas anti-involução e a base mais elevada no quarto trimestre devem limitar o espaço para altas adicionais.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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