Balança comercial da China perde força em agosto

09/09/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados aguardam dois relatórios cruciais de inflação nos EUA. Na semana passada, o relatório de emprego mais fraco reforçou as expectativas de que os juros cairão. O índice de preços ao produtor de agosto será divulgado amanhã (10), enquanto o índice de preços ao consumidor sairá na quinta-feira (11).

O Departamento do Trabalho dos EUA apresentará revisões nos dados de emprego. Com a queda acentuada nas taxas de resposta às pesquisas, os dados em tempo real estão cada vez mais distantes da realidade. A expectativa é de revisões negativas relevantes. Menos pessoas empregadas no passado não devem alterar a visão do Fed. Contudo, se as revisões indicarem deterioração recente no mercado de trabalho, isso tende a influenciar a política monetária.

As taxas dos Treasuries permanecem estáveis na manhã desta terça-feira (09). Os mercados embutem uma probabilidade de 88% para um corte de 0,25 pontos base na próxima semana e 12% para uma redução mais agressiva. A taxa do Treasury de 10 anos está em 4,06%, enquanto o título de 30 anos se mantém em 4,70% após recuar mais de 8 p.b. na sessão anterior.

O dólar opera próximo da mínima em sete semanas. O índice do dólar (DXY) caiu para 97,25 pontos, menor nível desde o fim de julho. O ouro caminha para mais um recorde nesta terça, com alta de 0,40% e cotado a US$ 3.647,98 por onça após atingir o pico histórico de US$ 3.659,10 mais cedo na sessão.

O petróleo avança sustentado por um aumento na produção da Opep+ menor do que o esperado. O Brent avança 0,60%, para US$ 66,42 por barril.

Os mercados asiáticos encerraram o pregão de forma mista após o avanço de Wall Street, impulsionado por ações de tecnologia. O índice Nikkei 225, referência no Japão, reverteu os ganhos e caiu 0,42%. O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,19%, após atingir o maior nível desde o fim de 2021. O CSI 300, da China continental, recuou 0,70%.

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, deve renunciar após perder uma votação de confiança no Parlamento relacionada a propostas fiscais. Assim, a França deve ter o quinto primeiro-ministro em menos de dois anos.

As bolsas europeias operam em leve alta nesta terça, enquanto os futuros de ações nos Estados Unidos mostram pouca variação.

O Ibovespa encerrou o pregão em baixa de 0,59% ontem, aos 141.792 pontos. O dólar fechou com leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,41. Os juros futuros encerraram o dia em alta ao longo da curva.

Economia

China: A balança comercial perdeu força em agosto, com exportações e importações abaixo das expectativas. As vendas externas cresceram 4,4% em relação ao ano anterior, ritmo mais fraco que em julho, enquanto as compras avançaram apenas 1,3%. Na comparação mensal, ambos os fluxos recuaram, reforçando sinais de enfraquecimento da demanda global e doméstica. Ainda assim, o superávit comercial chinês subiu para US$ 102,3 bilhões, acima do registrado no mês anterior.

Regionalmente, as exportações para União Europeia, Japão e países do Sudeste Asiático avançaram, mas caíram para Estados Unidos, América Latina e África. O comércio com Washington segue particularmente pressionado: as vendas chinesas aos EUA despencaram 33,1% em agosto, enquanto as importações do país também recuaram. Os embarques para a União Europeia cresceram mais de 10%, e as vendas para a ASEAN mantiveram ritmo sólido, em contraste com a desaceleração para outros emergentes.

Por setores, produtos de tecnologia e automóveis sustentaram parte do crescimento das exportações, com destaque para chips, cujas vendas externas aumentaram quase 33% no ano. Também houve forte recuperação nos embarques de minerais raros. Em contrapartida, bens ligados a construção, têxteis e metais perderam fôlego. Do lado das importações, os maiores recuos vieram de automóveis e energia. O petróleo bruto exemplifica a tendência: apesar do aumento de volume, o valor importado caiu mais de 15% na comparação anual, refletindo preços mais baixos.

Brasil: O IGP-DI avançou 0,20% em agosto, após recuar 0,07% em julho. No acumulado do ano, o índice registra queda de 1,62%, mas mantém alta de 3% em 12 meses. Um ano antes, em agosto de 2024, o indicador havia subido 0,12%, acumulando 4,23% no período de 12 meses.

A aceleração em agosto foi puxada principalmente pela alta dos preços agropecuários no atacado, com soja, milho e café revertendo a tendência de queda e registrando aumentos expressivos. A pecuária também contribuiu para a pressão no IPA.

No varejo, planos de saúde e refeições fora de casa limitaram a queda, enquanto no INCC o destaque ficou para os aumentos em materiais de construção, como tubos de PVC, e em serviços de mão de obra. O resultado evidencia que o choque dos preços agrícolas voltou a ganhar força, com impacto em diferentes componentes do índice.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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