Mercados reagem à superquarta e aguardam por primeiro acordo comercial de Trump

08/05/2025 • 4 mins de leitura

📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Ontem (07), o Fed manteve sua taxa básica de juros básica na faixa entre 4,25% e 4,50%, conforme amplamente esperado. “A incerteza em relação às perspectivas econômicas aumentou ainda mais”, afirmou o Fed em seu comunicado após a reunião.

Investidores aguardam o anúncio de um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido nesta quinta-feira (08), o que tornaria o Reino Unido o 1° país a concluir um acordo tarifário com o governo Trump. Atualmente, as tarifas americanas sobre produtos britânicos estão em um patamar-base de 10%.

Considerando que acordos comerciais completos levam anos para serem negociados, espera-se que este seja apenas um esboço. Será interessante observar se a tarifa-base de 10% será mantida, pois isso servirá como modelo importante para negociações com outros países e como guia da estratégia tarifária de longo prazo dos EUA.

Enquanto isso, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o principal negociador comercial, Jamieson Greer, se encontrarão com o vice-premiê chinês, He Lifeng, na Suíça neste fim de semana. As conversas podem representar o primeiro passo para resolver a guerra comercial.

A incerteza sobre os efeitos inflacionários das tarifas e o impacto de longo prazo do aumento das expectativas de inflação levam o Fed a desencorajar o mercado de apostar em cortes agressivos nas taxas de juros. As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA subiram nesta quinta: a taxa dos títulos de 10 anos avançou 2 pontos base, para 4,30%, enquanto a dos papéis de 2 anos também subiu, para 3,82%.

O dólar americano se valorizou frente ao iene e ao euro. o índice do dólar (DXY) avançou 0,50%, para 99,90. Os preços do petróleo operam em leve alta, com os contratos futuros do Brent subindo 1,10%, a US$ 61,80 o barril.

Os mercados da Ásia fecharam majoritariamente em alta após a decisão do Fed de manter os juros inalterados. O índice Nikkei 225, do Japão, avançou 0,41%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,37%.

As bolsas europeias operaram em território positivo nesta hoje, em meio a uma série de balanços corporativos e à expectativa de um acordo comercial entre Reino Unido e EUA. Os contratos futuros de ações nos EUA também registram alta.

Ontem, o Ibovespa encerrou o pregão em baixa de 0,09%, aos 133.397 pontos. Já o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,74,54, em alta de 0,61%.

Economia

Brasil: A produção industrial brasileira cresceu 3,1% em março de 2025 na comparação anual, com destaque para a expansão da indústria extrativa (5,4%) e da transformação (2,7%). Na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal, houve alta de 1,2%, encerrando uma sequência de resultados predominantemente negativos. O nível da produção está 2,8% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 14,4% abaixo do pico de 2011.

Entre as categorias de uso, bens de consumo duráveis e não duráveis lideraram os avanços, com altas de 3,8% e 2,4% na margem, respectivamente. Bens intermediários cresceram 0,3%, enquanto bens de capital recuaram 0,7%. Das 25 atividades industriais, 16 tiveram alta, com destaque para derivados do petróleo, indústrias extrativas, farmacêuticos e veículos. Por outro lado, os setores de produtos químicos e alimentícios puxaram o desempenho negativo.

No acumulado do primeiro trimestre, a produção industrial avançou 1,9% em relação ao mesmo período de 2024, com crescimento em todas as grandes categorias econômicas e em 17 dos 25 ramos. Houve recuo de 1,0% na extrativa e alta de 2,5% na transformação.

EUA: Na reunião de ontem, o Fed optou por manter a taxa de Fed Funds (juros base dos EUA) estável na faixa-alvo de 4,25% a 4,50% a.a.

As principais mudanças no comunicado foram avaliação que a incerteza do cenário prospectivo aumentou adicionalmente desde a última reunião. Além disso, o balanço de riscos segue simétrico, mas com riscos aumentados tanto para o desemprego como para a inflação.

Na sessão Monte Bravo Analisa | Fed (clique aqui), discutimos os detalhes da decisão para o cenário, bem como os impactos nos ativos e nos investimentos.

Brasil: Conforme esperávamos, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic em 50 pontos base, para 14,75% ao ano, em votação unânime.

As menções à incerteza elevada, ao estágio avançado do ciclo, às defasagens e a necessidade de cautela e ao patamar contracionista por um período prolongado sancionam nossa expectativa de que o ciclo de aperto monetário esteja encerrado.

Na sessão Monte Bravo Analisa | Copom (clique aqui), discutimos os detalhes da decisão para o cenário, assim como os impactos nos ativos e nos investimentos.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Se você tem
Monte Bravo, Bravo!

Invista com quem ajuda você a alcançar o próximo topo.

Abra sua conta