Juros e dólar pressionam ativos de risco, enquanto mercado aguarda dados de emprego e ata do Fed - Monte Bravo

Juros e dólar pressionam ativos de risco, enquanto mercado aguarda dados de emprego e ata do Fed

08/01/2025 às 08:57

08

Quarta

Jan

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Mercados

Ontem (07) foi um dia de quedas para os ativos de risco no mundo, que foram pressionados pela alta dos juros e da força do dólar.

Em dezembro, o índice de serviços (ISM), mostrou uma aceleração da atividade no setor nos EUA (ver comentário abaixo). O dólar se fortaleceu e a taxa de juros dos títulos do Tesouro americano de 10 anos atingiu o maior nível em oito meses.

Os investidores agora aguardam o relatório de empregos do setor privado da ADP e os dados de pedidos de seguro-desemprego, ambos previstos para a manhã desta quarta-feira (08). As atas da reunião de dezembro do Federal Reserve serão divulgadas hoje às 16h.

As taxas de juros dos títulos do Tesouro americano estavam estáveis na manhã de hoje, próximas dos níveis mais altos em oito meses. A taxa de 10 anos está em 4,68% e a de 2 anos em 4,29%.

O yuan onshore da China atingiu a mínima em 16 meses frente ao dólar nesta quarta, chegando a 7,3316. O índice do dólar, que mede a moeda em relação a seis outros pares, subiu 0,2% para os 108,55 pontos.

Os preços do ouro recuaram hoje, com o ouro à vista caiu 0,1%, sendo negociado a US$ 2.648,16 por onça. O Bitcoin caiu 5%, negociado a US$ 96.525,50.

Os preços do petróleo subiram hoje, impulsionados pela oferta reduzida da Rússia e de membros da OPEP. O Brent avançou 32 centavos, ou 0,42%, para US$ 77,37 por barril.

Os mercados da Ásia operaram mistos nesta quarta, seguindo as quedas de Wall Street ontem — após o aumento nas taxas de juros dos títulos do Tesouro e a queda de grandes ações de tecnologia nos EUA.

Os mercados europeus operam em alta. Enquanto isso, os futuros das ações americanas estão em leve alta.

Ontem, por aqui o Ibovespa fechou em alta de 0,95%, a 121.163 pontos. O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,14%, a R$ 6,1042, e os juros futuros fecharam em alta.

Economia

EUA: O número total de vagas de emprego em aberto pelas empresas subiu em 259 mil em novembro, alcançando 8,1 milhões, após uma revisão para cima dos dados de outubro que passaram para 7,84 milhões. Esse crescimento superou a expectativa de uma queda de 4 mil vagas, com os maiores avanços registrados nos setores de serviços profissionais e empresariais, atividades financeiras, educação e saúde.

Embora o aumento inesperado de vagas tenha elevado levemente a proporção de vagas por trabalhador desempregado para 1,13, esse índice ainda está abaixo do nível pré-pandemia. A taxa de demissões permaneceu estável em 1,1%, enquanto a taxa de demissão voluntária recuou de 2,1% para 1,9%, o que pode aliviar pressões salariais no curto prazo.

EUA: O ISM de Serviços avançou para 54,1 pontos em dezembro acima das expectativas de consenso de 53,5 e do dado anterior de 52,1 pontos, refletindo uma aceleração na atividade do setor. Esse aumento foi impulsionado por preparativos empresariais relacionados às tarifas esperadas com a nova administração Trump. Enquanto alguns empresários relataram uma antecipação de demanda, outros identificaram sinais de desaceleração por parte dos clientes. Indicadores prospectivos, como os novos pedidos, subiram modestamente para 54,2 pontos.

O subíndice de emprego permaneceu em território expansionista, em 51,4 pontos, apesar de relatos de congelamento de contratações. O componente de preços pagos aumentou para 64,4 pontos — devido à relutância dos fornecedores em manter preços fixos por mais de um ano dada a incerteza tarifária. Embora os gastos estejam sustentando a atividade no setor de serviços, essa incerteza sobre políticas tarifárias pode estar distorcendo a avaliação da demanda real.

Brasil: A arrecadação federal alcançou R$ 209,2 bilhões em novembro, com alta de 11,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal fator para o desvio foi o desempenho do Imposto de Renda (IR), que ficou abaixo do esperado. Entre os tributos, destacaram-se o forte crescimento do Imposto de Importação, impulsionado pelo aumento no valor em dólar das importações, e o avanço no IPI, em linha com a atividade econômica aquecida.

No acumulado até novembro, a arrecadação apresentou crescimento real de 9,8%, com destaque para o Imposto de Renda — beneficiado por recolhimentos extraordinários relacionados a fundos exclusivos e offshore. Os demais tributos mostraram comportamento compatível com a atividade econômica, além de possivelmente refletirem o impacto de medidas voltadas à redução de subvenções e à limitação de compensações tributárias.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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