Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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O foco dos mercados nesta sexta-feira (05) está sobre o relatório de emprego dos Estados Unidos, que deve consolidar as expectativas de início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.
Ao longo da semana, ações e títulos enfrentaram pressão global diante do aumento das preocupações com os elevados níveis de endividamento dos governos e a fragilidade dos planos fiscais.
O sentimento dos investidores melhorou na ontem (04), após dados de emprego nos EUA (ver adiante) reforçarem as apostas em um corte de juros, sem gerar receios de uma desaceleração econômica abrupta.
A atenção se volta agora para o relatório de agosto, que será divulgado às 9h30. A expectativa é de criação de 75 mil vagas no mês passado e alta da taxa de desemprego para 4,3%.
As negociações com contratos futuros de juros apontam para uma probabilidade de 97% de que a taxa básica seja reduzida em 25 pontos base ao fim da reunião de dois dias do Fed.
As taxas dos Treasuries operam em queda nesta sexta. A taxa de 10 anos recua mais de 2 p.b., para 4,15%, enquanto o título de 2 anos cede para 3,59%. A taxa do título de 30 anos cai para 4,85%.
O dólar enfraquece frente às principais moedas. O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas, recua 0,2%, para 98,02 pontos, limitando o avanço semanal a 0,2%.
O ouro avança levemente hoje, com o metal à vista subindo 0,1%, cotado a US$ 3.549 por onça, acumulando alta de 3% na semana.
O petróleo estende sua trajetória de queda pela terceira sessão consecutiva, diante do aumento inesperado nos estoques de petróleo bruto nos EUA e da perspectiva de maior oferta global. Os contratos futuros do Brent recuam US$ 0,35, ou 0,5%, para US$ 66,64 por barril.
Os mercados asiáticos encerraram o pregão em alta nesta sexta. O índice Nikkei 225, do Japão, subiu 1,03%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 1,41%, enquanto o CSI 300, da China continental, teve alta superior a 2%.
Na Europa, as bolsas operam em alta nesta sexta-feira, enquanto os contratos futuros de ações nos Estados Unidos mostram variações discretas.
Ontem, por aqui o Ibovespa encerrou em alta de 0,81%, aos 140.993 pontos. O dólar comercial fechou o dia em leve queda de 0,09%, cotado a R$ 5,447, enquanto os juros futuros operaram em ligeira alta.
EUA: O setor de serviços ganhou fôlego em agosto, com o índice ISM avançando 1,9 ponto para 52,0 pontos, superando as expectativas. A alta foi sustentada por melhora na atividade de negócios, novos pedidos e emprego, sinalizando resiliência em meio a um ambiente de incertezas comerciais.
A composição do relatório mostrou que a atividade de negócios subiu para 55,0 pontos, enquanto os novos pedidos avançaram de forma mais expressiva, para 56,0 pontos. O índice de emprego ficou praticamente estável em 46,5 pontos, ainda em território contracionista. Entregas de fornecedores desaceleraram levemente, sugerindo menor pressão nas cadeias de suprimentos. Já os pedidos de exportação recuaram, mas as importações tiveram salto significativo — refletindo uma corrida para antecipar compras.
O índice de preços pagos recuou para 69,2 pontos, aliviando após atingir o nível mais alto desde 2022. Ainda assim, as tarifas dominaram o debate: foram citadas 14 vezes no comunicado de agosto, contra 11 em julho. Empresas relataram que a atividade e as importações estão sendo impulsionadas pela tentativa de se antecipar a novos aumentos de custos antes da temporada de fim de ano. Muitos executivos indicaram que o impacto das tarifas sobre bens importados é nítido e consideram cada vez mais difícil segurar os repasses.
EUA: O mercado de trabalho mostrou expansão moderada em agosto, com a criação de 54 mil postos, segundo o relatório da ADP. O resultado veio após revisão positiva de julho, que passou de 104 mil para 106 mil vagas.
O setor de serviços liderou os ganhos, adicionando 42 mil empregos, puxados principalmente por lazer e hospitalidade, que abriram 50 mil vagas, e por serviços profissionais e de negócios, com alta de 15 mil. Entre as indústrias de bens, houve acréscimo de 13 mil postos, com destaque para construção, que sozinha respondeu por 16 mil novos empregos.
Em relação aos salários, a remuneração anual mediana dos trabalhadores que permaneceram no emprego avançou 4,4% em agosto em relação ao ano anterior, ligeiramente abaixo do ritmo de julho.
EUA: O déficit comercial se ampliou em julho, atingindo US$ 78,3 bilhões — um salto de US$ 19,2 bilhões em relação ao mês anterior, segundo dados revisados. O resultado ficou em linha com as expectativas de mercado e refletiu uma expansão no volume total de comércio.
As exportações cresceram modestos US$ 0,8 bilhão, enquanto as importações avançaram US$ 20 bilhões, impulsionadas sobretudo por uma disparada de US$ 10 bilhões nas compras de ouro e por um aumento de US$ 5 bilhões nas importações vindas da China. O déficit na balança de bens se ampliou em US$ 18,2 bilhões, enquanto o superávit em serviços encolheu em US$ 1,1 bilhão.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |