Indústria tem pior retração em 29 meses, mas criação de empregos mostra otimismo

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Mercados

O foco dos mercados permanece sobre a paralisação do governo dos Estados Unidos, após republicanos e democratas não chegarem a um acordo sobre o financiamento temporário da máquina pública no início da semana.

As solicitações semanais de seguro-desemprego não serão publicadas nesta quinta-feira (02), enquanto o relatório de folhas de pagamento não agrícolas de setembro também não será divulgado amanhã (03), já que o Departamento do Trabalho suspendeu suas atividades durante o shutdown.

Isso dificulta a leitura do cenário para o Federal Reserve a poucas semanas de sua próxima reunião de política monetária. Ainda assim, espera-se que o banco central americano anuncie um corte de juros no encontro dos dias 28 e 29 de outubro, após os dados da ADP — divulgados na manhã de ontem (01) — indicarem queda nas contratações no setor privado no mês passado.

As taxas dos Treasuries recuam levemente nesta quinta-feira, com investidores monitorando os impactos da paralisação e da ausência de dados econômicos. Os juros do Treasury de 10 anos operam em 4,10%, enquanto a taxa de 2 anos permanece praticamente estável em 3,54%. A taxa do título de 30 anos recua para 4,70%.

O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda americana frente a seis pares, incluindo euro e iene — recua 0,1%, para 97,60 pontos.

Os preços do petróleo também caem, com o mercado antecipando maior oferta a partir do aumento de produção planejado pela Opep+ no próximo mês. Os contratos futuros do Brent encerraram o pregão com queda de US$ 0,68, ou 1,03%, cotados a US$ 65,35 por barril.

Nos mercados da Ásia-Pacífico, o índice Kospi da Coreia do Sul avançou mais de 3% nesta quinta e atingiu nova máxima histórica. O Nikkei 225, referência em Tóquio, subiu 0,87%. Os mercados da China e da Índia permaneceram fechados devido a feriado.

As bolsas europeias abriram em alta nesta hoje, dando continuidade ao movimento positivo da véspera. O índice pan-europeu STOXX 600 sobe 1,30%. Os futuros das ações americanas operam com leve alta.

Ontem, o Ibovespa encerrou o dia em baixa de 0,49%, aos 145.517 pontos. O dólar comercial fechou a quarta-feira em leve avanço de 0,11%, cotado a R$ 5,32. Os juros futuros encerraram o dia em ligeiro recuo.

Economia

Brasil: A indústria brasileira teve em setembro sua pior contração em 29 meses, com o PMI caindo para 46,5 pontos. A demanda interna e externa recuou e a produção caiu pelo quinto mês seguido. Apesar disso, exportações para países como Argentina e Reino Unido mostraram resiliência. Houve corte de preços e leve criação de empregos, que mostram otimismo para os próximos 12 meses.

EUA: ADP mostra novos sinais de fraqueza no mercado de trabalho. Segundo dados da ADP Research divulgados ontem, as folhas de pagamento do setor privado registraram queda de 32 mil postos de trabalho em setembro, após uma revisão que apontou recuo de 3 mil em agosto. O resultado ficou abaixo de todas as estimativas.

A ADP recalibrou seus dados, o que resultou em uma redução de 43 mil empregos em relação aos dados anteriores, ou seja, sem o ajuste, o crescimento teria sido levemente positivo em setembro. Apesar disso, a tendência de contratação permanece enfraquecida, com perda de dinamismo em diversos setores.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

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Por:

Alexandre Mathias	Luciano Costa	Bruno Benassi
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora	Economista-chefe da Monte Bravo Corretora	Analista de Ativos CNPI: 9236