Paralisação do governo traz ‘apagão’ de dados nos EUA

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Mercados

O Congresso dos Estados Unidos não conseguiu alterar as regras nem chegar a um acordo para evitar a paralisação do governo. Com isso, economistas ficam sem acesso a dados oficiais da economia americana. Enquanto isso, informações do setor privado são um substituto precário.

O governo americano entrou em paralisação após duas tentativas frustradas do Senado republicano de aprovar uma medida provisória de financiamento na terça-feira (30). Os democratas tentam usar o projeto para garantir a extensão de créditos tributários voltados à saúde para milhões de cidadãos.

Historicamente, o mercado acionário tem atravessado paralisações governamentais sem grandes sobressaltos, mas esta pode representar um risco maior diante da multiplicidade de fatores econômicos em jogo. Desta vez, o foco tende a recair sobre a duração da paralisação, já que um fechamento prolongado pode atrasar a divulgação de dados cruciais antes da reunião do Federal Reserve no fim de outubro.

O Departamento do Trabalho informou que suspenderá praticamente todas as atividades, o que significa que o relatório de empregos não agrícolas de setembro não será publicado no fim da semana. Na ausência desses dados, o relatório da ADP sobre criação de vagas no setor privado — previsto para a manhã desta quarta-feira (01) — ganha importância adicional.

Ainda assim, a paralisação implica que o Fed operará parcialmente às cegas, enquanto o mercado espera o segundo corte de juros do ano ainda neste mês, seguido por outro em dezembro.

As taxas dos Treasuries subiram levemente nesta hoje. O título de 10 anos avançou para 4,15% ao ano, enquanto o de 2 anos permaneceu estável em 3,60% e o de 30 anos subiu para 4,74%. O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda americana frente a seis pares, incluindo euro e iene — está em 97,87 pontos. O preço do ouro disparou para novas máximas nesta quarta, com a commodity negociando a US$ 3.893,06 por onça.

Os preços do petróleo se estabilizaram após dois dias de queda. O contrato futuro do Brent para entrega em dezembro subiu US$ 0,06, para US$ 66,09 por barril.

Os mercados asiáticos encerraram o pregão de hoje com desempenho misto. Na Europa, as bolsas abriram sem direção definida, enquanto os futuros de ações nos Estados Unidos recuam após a paralisação do governo à meia-noite, elevando os temores de uma interrupção mais longa que o normal e seu impacto sobre uma economia já fragilizada.

Ontem, o Ibovespa encerrou em ligeira queda de 0,07%, aos 146.237 pontos. O dólar subiu 0,02%, valendo R$ 5,32. Os juros futuros tiveram comportamento misto, com a ponta curta em alta e os vértices longos em queda.

Economia

EUA: Jolts indicou estabilidade na demanda por mão de obra,  com o número de vagas praticamente inalterado, passando de 7,21 para 7,23 milhões. O nível de vagas mostra que a atividade continua em seu processo de desaceleração gradual.

EUA: Confiança do consumidor recuou de 97,8 para 94,2. A queda acelerada reflete deterioração mais acentuada em relação ao presente.

Brasil: taxa de desemprego permaneceu estável em agosto  em 5,6%, os números vieram em linha com o mercado.

Brasil: Resultado Primário do Setor Público ficou em R$ 17,3 bi, melhor do que as estimativas do mercado.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre Mathias	Luciano Costa	Bruno Benassi
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora	Economista-chefe da Monte Bravo Corretora	Analista de Ativos CNPI: 9236