Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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No front comercial, o Corte Federal de Apelações para o Circuito Federal decidiu na sexta-feira (29) que o presidente Donald Trump ultrapassou sua autoridade ao impor tarifas a praticamente todos os países, como parte do anúncio de 2 de abril — denominado por Trump como “Dia da Libertação”.
As tarifas seguem valendo até o julgamento. O representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou que o governo Trump continua em negociações com parceiros apesar da decisão da corte federal de apelações.
Em publicação nas redes sociais na sexta, Mary Daly, presidente do Fed de San Francisco, reiterou seu apoio a uma redução da taxa de juros diante dos riscos que pairam sobre o mercado de trabalho.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu 0,20% em julho. Isso mantém o Fed a caminho de um corte de juros em sua próxima reunião, nos dias 16 e 17 de setembro. O mercado futuro de juros embute uma probabilidade de 87% de corte — ante 63% há um mês.
O foco agora estará sobre o relatório de criação de vagas no setor não agrícola, que será divulgado nesta sexta-feira (05).
As taxas dos Treasuries subiram na última sexta. A taxa do Treasury de 10 anos avançou para 4,23%, enquanto a de 2 anos subiu para 3,62% — hoje (01) o mercado dos Estados Unidos está fechado pelo feriado de Dia do Trabalho.
O índice dólar (DXY), que mede a moeda americana frente a uma cesta de divisas, recua 0,20% e está em 97,60 pontos.
O ouro está no maior nível em mais de quatro meses. O ouro à vista sobe 0,70%, a US$ 3.471,00 por onça —maior valor desde 23 de abril.
Os preços do petróleo operam em faixa estreita nesta segunda-feira, em meio às preocupações com aumento de produção e os efeitos das tarifas americanas sobre a demanda. O Brent recua 0,18%, ou US$ 0,12, a US$ 67,36 por barril.
Os mercados da Ásia fecharam de forma mista hoje. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,17%. Na China continental, o CSI 300 avançou 0,60%, enquanto no Japão o Nikkei 225 fechou em queda de 1,24%.
As bolsas europeias iniciam o novo mês em alta, com os setores de defesa e saúde impulsionados por notícias corporativas.
Por aqui, na sexta-feira o Ibovespa encerrou em alta de 0,26%, a 141.422 pontos, renovando o recorde histórico de fechamento. O índice acumula alta de 17,57% neste ano.
O dólar comercial encerrou em alta de 0,29%, a R$ 5,421, fechando agosto com queda de 3,19% frente ao real e, no ano, acumula redução de 12,26%.
Os juros futuros encerraram sem direção única, com as taxas mais longas em leve alta, enquanto os vértices mais curtos fecharam estáveis.
EUA: A inflação veio em linha com as expectativas em julho, mas com uma composição mais favorável — sobretudo pelo alívio nos bens. O núcleo do PCE avançou 0,27% no mês, com revisões mistas nos meses anteriores, e acelerou para 2,9% em termos anuais. Apesar da estabilidade dos preços de bens, houve impacto das tarifas sobre itens como vestuário, eletrodomésticos e móveis. Nos serviços, a inflação acelerou em setores como finanças, recreação, educação e transporte, mesmo com moderação em saúde.
Brasil: O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 prevê crescimento do PIB de 2,44%, inflação medida pelo IPCA em 3,6%, Selic média de 13,11% e salário-mínimo de R$ 1.631. A receita líquida é estimada em R$ 2,577 trilhões, sustentada por medidas extraordinárias ainda em tramitação — como a redução de benefícios tributários (R$ 19,8 bilhões), menores compensações (R$ 10 bilhões), receitas adicionais com LCI/LCA e apostas (R$ 11 bilhões) e o Programa de Transação Integral (R$ 20 bilhões). Muitas dessas iniciativas têm baixa previsibilidade de aprovação e execução.
As despesas totais projetadas somam R$ 2,389 trilhões, com destaque para benefícios previdenciários (R$ 1,129 trilhão) e BPC (R$ 131 bilhões) — sendo esta última rubrica considerada subestimada, já que o crescimento previsto de 5,1% é inferior ao reajuste do salário-mínimo. O resultado primário foi fixado em déficit de R$ 23,3 bilhões, mas, ao excluir R$ 57,8 bilhões em precatórios, a meta fiscal se converte em superávit de R$ 34,3 bilhões (0,25% do PIB), exatamente na meta de primário de 2026.
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(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |