- Cenário global segue com nível de incerteza acima do usual após anúncio de tarifas dos EUA;
- Quadro de desaceleração global é desinflacionário, o que gera fluxo para renda fixa e beneficia ativos brasileiros;
- No Brasil, é provável que o Copom tenha encerrado o ciclo de alta dos juros;
- Apesar de fundamentos frágeis, realocação das carteiras globais joga a favor dos ativos locais;
- Revisamos nossa projeção para o Ibovespa ao final de 2025 para 150 mil pontos.
Abril foi marcado por forte volatilidade, à medida que a nova política comercial norte-americana afetou ações, títulos e moedas. Essa incerteza em torno da política comercial dos EUA foi o principal fator de influência sobre os mercados.
O mês começou com o anúncio de tarifas mais abrangentes do que o esperado. As bolsas despencaram, enquanto o VIX — indicador de volatilidade implícita — disparou para o maior nível desde a pandemia.
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Grande parte das perdas foi revertida na última semana do mês, após Trump adotar uma postura mais branda e anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para os países que ainda não haviam retaliado os EUA, além da retirada de tarifas sobre produtos eletrônicos. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China também arrefeceram, à medida que o governo norte-americano suavizou o tom.
A nova configuração do cenário global tem um dólar mais fraco e traz uma desaceleração da economia mundial. Esses dois elementos jogam a favor de uma inflação menor no Brasil e contribuem para fluxos táticos para a renda fixa.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |