- Mercados de ações norte-americanos seguiram em recuperação em maio;
- No entanto, aprovação na Câmara do orçamento dos EUA levou a um aumento dos juros;
- Mercados globais também seguiram avançando, impulsionados por um dólar enfraquecido;
- No Brasil, apesar do cenário fiscal frágil, quadro global impulsiona desempenho dos ativos domésticos.
Em maio, os ativos globais apresentaram desempenho positivo, impulsionados por fatores macroeconômicos e geopolíticos favoráveis.
A principal força motriz dessas altas foi a redução das tensões comerciais entre EUA e China, que favoreceu especialmente o setor de tecnologia, com destaque para as big techs.
Desde o início do ano, sustentamos que os ativos brasileiros teriam um desempenho muito melhor em 2025 após um ano fraco em 2024. Essa tendência tem se confirmado e o recorde nominal do Ibovespa confirma a visão.
No âmbito global, o Fed deve observar atentamente como as tarifas afetam os preços e o comportamento dos consumidores. A resposta da política monetária dependerá da persistência da inflação e da reação do mercado de trabalho.
A princípio, as tarifas representam um aumento pontual nos preços — e não uma fonte contínua de pressão inflacionária. Se isso se confirmar e as expectativas de inflação permanecerem ancoradas, os riscos negativos para a economia provavelmente dominarão a decisão de juros do Fed. Por isso continuamos a ver cortes de juros no segundo semestre.
O mercado parece ter virado a página das tarifas, ainda que seja um tema capaz de gerar volatilidade. Agora, ele deve ficar mais suscetível à evolução do Orçamento no Senado dos EUA.
Paradoxalmente, o cenário de maior incerteza nos EUA produziu uma realocação das carteiras globais que enfraquece o dólar e produz um fluxo que também vai para emergentes, de forma que o Brasil sai marginalmente beneficiado.