Carta Mensal — Julho/2025

10/07/2025 • 2 mins de leitura
  • Caos da nova administração americana virou o jogo nos mercados;
  • Queda do dólar e disparada do ouro revelam efeitos colaterais da política comercial errática de Trump;
  • Por aqui, apesar do rombo fiscal, os ativos brasileiros sobem com a onda global;
  • Real ganhou tração, derrubou os juros e empurrou a Bolsa para cima.

A despeito das promessas radicais de Trump durante a campanha, ninguém esperava tanta confusão neste início de mandato. Entre uma virulenta guerra comercial e um orçamento altamente deficitário, a maior surpresa é a acentuada queda global do dólar.

A moeda norte-americana caiu mais de 10% contra uma cesta de seis moedas desenvolvidas neste semestre, enquanto o ouro subiu 25,9%. As bolsas globais estão fechando o semestre perto das máximas históricas, mas, ao longo do semestre os mercados passaram por oscilações extremas. O S&P 500, por exemplo, chegou a registrar uma queda de 17,9% das máximas de fevereiro até 8 de abril, antes
de fechar o semestre em alta.

A fraqueza global do dólar — fruto das incertezas introduzidas por Trump — impulsiona a alta dos ativos de risco ao redor do mundo.

Assim, apesar da frágil situação fiscal do país, os ativos brasileiros tendem a seguir com desempenho positivo devido ao quadro global.

No Brasil, a ata do Copom reforçou a intenção do Banco Central de interromper o ciclo de alta dos juros. A ata também reforçou a estratégia de manter os juros em território restritivo por um período prolongado a fim de assegurar a convergência da inflação.

O país enfrenta um grave desequilíbrio econômico, com uma política fiscal expansionista que estimula uma economia que já opera acima do seu potencial. Isto obriga o BC a praticar juros reais extremamente elevados para trazer a inflação para a meta.

No entanto, a fragilidade dos fundamentos fiscais não impede a recuperação dos preços dos ativos domésticos, impulsionados pelo fluxo externo na esteira do dólar mais fraco em termos globais.

Nesse contexto, os fluxos de capital têm se desviado para mercados como Japão e Europa e, de forma residual, alcançam também os emergentes. Isso gera um quadro construtivo para os ativos brasileiros ao longo do terceiro trimestre.

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