Monte Bravo Analisa — Resultado Minerva 2T25

07/08/2025 • 2 mins de leitura

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A Minerva divulgou nesta quarta-feira (06) pela noite seus resultados do segundo trimestre de 2025.

A companhia apresentou resultados que bateram de longe o consenso. No entanto, dado a performance das ações nos últimos dias e algumas dúvidas que temos sobre a recorrência dos resultados, entendemos a performance neutra dos papéis no mercado hoje (07).

Em relação aos dados operacionais, tivemos uma receita líquida crescendo 80% na comparação anual e 23,3% na comparação trimestral. Boa parte desse crescimento veio da melhor performance nos mercados de exportação. Apesar dos números ainda positivos no mercado doméstico, vimos alguma desaceleração no Brasil.

A companhia, apesar do forte crescimento na receita na comparação trimestral, teve um crescimento mais contido nos volumes. Isso indica que existiu uma grande construção de estoques no 1T25 nos EUA antes da entrada em vigor das tarifas.

O que nos chama atenção é que, apesar dessa “desestocagem”, a companhia não gerou caixa no trimestre. Além disso, essa “operação” poderia indicar que a companhia não deveria ter uma performance tão forte em termos de volumes de vendas de maneira recorrente, já que ela tem mexido seus estoques e acelerado ou desacelerado vendas.

As margens brutas da companhia sofreram pois, apesar do forte repasse de preços, não foram suficiente para balancear totalmente a alta no preço da arroba do boi. A margem EBITDA caiu na comparação trimestral, atingindo 9,4% — uma queda de apenas 0,3 p.p., muito menor que a das margens brutas (42 p.p.). Essa “contenção” pode ser explicada graças ao bom controle em despesas gerais e administrativas, que atingiram um dos menores percentuais da história em relação as receitas (10,1%). 

Conforme o processo de integração das plantas da Marfrig vai acontecendo, a tese parece ficar mais confortável. Hoje essas plantas trabalham com 65% de capacidade e devem terminar o ano em 75%. O aumento da utilização deve auxiliar a companhia nas margens, pois essa operação tem trabalhado com 7,5% 200 bps abaixo da média da companhia. É importante entender, porém, que esses níveis de margem são superiores aos que foram reportados pela Marfrig quando da venda, e ligeiramente abaixo do que a Minerva acha que consegue extrair dos ativos. Outro ponto importante de destacar é que foi graças ao aumento dos volumes vendidos, vindos desses ativos, que a companhia conseguiu aumentar sua alavancagem operacional e ter uma diluição no D&A.

No trimestre, esperávamos uma geração de caixa robusta, o que não pudemos observar. Isso pode indicar que a companhia continua carregando um nível de estoque elevado nos EUA, que deve ser monetizado ao longo do próximo trimestre. Caso essa liberação de capital de giro realmente se materialize, junto com bons números operacionais nos próximos 2 trimestres, podemos projetar uma forte geração de caixa que contribuiria para levar a alavancagem para mais próximo das 2,7x.

A companhia ainda aproveitou para divulgar que, dos 19% de receitas que a companhia gera nos EUA, 30% são exportados do Brasil, e tem capacidade para suprir esse percentual de outras geografias caso seja necessário.

A tese ainda continua complexa, mas os últimos desdobramentos têm nos deixado mais confortáveis. Nosso receio ainda continua em relação à geração de caixa, ainda mais em um momento em que o ciclo no Brasil parece próximo de uma virada.

Minerva (BEEF3) — Neutra

Preço Alvo7,50
Preço Atual5,25
Upside43%
Capitalização de Mercado (R$ bi)5,7
Ações Emitidas (mi)1.168
Free Float43,00%

Performance

Semana+3,41%
Mês-1,34%
Ano+7,71%

Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.

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