Monte Bravo Analisa — Resultado Minerva 1T25

08/05/2025 • 2 mins de leitura

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A Minerva divulgou quarta-feira (07) pela noite seus resultados do primeiro trimestre de 2025.

Esse foi o primeiro trimestre completo com as plantas — exceção do Uruguai, adquiridas da Marfrig —, o que torna as comparações anuais pouco efetivas. No entanto, os números reportados vieram em linha com o que esperávamos e esperamos uma reação neutra do mercado aos dados divulgados.

A companhia aprovou no fim de abril um aumento de capital que deve injetar entre 2 e 3 bilhões de reais na companhia. Esse dinheiro deverá ser usado para otimizar sua estrutura de capital após a consolidação das aquisições das plantas da Marfrig. Esse movimento é bem vindo em nossa opinião, já que acelera o processo de desalavancagem da companhia em um momento em que o ciclo, principalmente do Brasil, começa a se tornar menos positivo para os frigoríficos.

Junto com o resultado, e após muito tempo ser apresentar esses números, a companhia divulgou suas projeções de receita para 2025. A Minerva projeta atingir entre 50 e 58 bilhões de reais em receita no ano, números que parecem consolidar a expectativa que todas as aquisições estarão operando com os níveis de excelência da companhia durante o ano. Na faixa do meio das previsões e mantendo as mesmas margens deste trimestre, a companhia geraria um EBITDA de R$ 4,6 bilhões, ligeiramente acima de nossas projeções.

Em relação aos dados operacionais, tivemos uma receita líquida crescendo 56% na comparação anual e 4,5% na comparação trimestral. Boa parte desse crescimento veio da melhor performance em preço e volume dos mercados domésticos, com destaque para o Brasil. As exportações também ajudaram, com bons volumes e preços sendo potencializados pelo dólar médio mais alto do trimestre.

É importante destacar o destino das exportações, que mudaram de forma relevante no trimestre. A participação da Ásia caiu de 37% para 26%, enquanto NAFTA principalmente EUA, subiu de 12% para 30%. Essa dinâmica pode ser explicada pelo cenário desafiador para disponibilidade de bois para abate nos EUA, que costuma comprar um mix de carnes com maiores spreads que os asiáticos. No trimestre, vimos um aumento nos estoques que pode ser um sinal de que a companhia se preparou para o cenário de tarifas mais elevadas, principalmente nos EUA. Uma reversão desses estoques deveria auxiliar na geração de caixa no próximo trimestre.

As margens brutas da companhia sofreram. Isso acontece pois, apesar do forte repasse de preços, os mesmos não foram suficiente para balancear totalmente a alta no preço da arroba do boi. A margem EBITDA caiu para 8,6% — o que consideramos bom, apesar de não ser espetacular. Imaginamos que uma parte das despesas para integração das novas plantas pode ter impactado esse número nos últimos meses e eles devem evoluir conforme o processo evolua.

A dívida líquida da companhia se manteve estável no trimestre, apesar da queima de caixa no trimestre — que é sazonalmente mais fraco e foi impactado por aumento nos estoques e contas a receber. Esperamos que esses números melhorem nos próximos trimestres.

Conforme o processo de integração das plantas da Marfrig vai acontecendo, a tese parece ficar mais confortável. O aumento de Capital anunciado também auxilia a acelerar o processo de desalavancagem da companhia. Esses dois fatores serão primordiais para a evolução da tese, que hoje nos parece mais equilibrada e com menores riscos de execução.

Minerva (BEEF3) — Neutra

Preço Alvo7,50
Preço Atual5,45
Upside38%
Capitalização de Mercado (R$ bi)5,5
Ações Emitidas (mi)1.168
Free Float43,00%

Performance

Semana-12,71%
Mês+1,54%
Ano+24,68%

Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.

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