Análise de Empresas
17/07/2024 • < 1 minuto de leitura
Análise de Empresas — Relatório de Produção Vale 2T24
A Vale divulgou na noite de terça-feira (16) sua prévia…
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A BRF e sua controladora Marfrig divulgaram na noite desta quinta-feira (15) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2025.
Os números divulgados, no entanto, ficaram em segundo plano graças à proposta de incorporação da BRF pela Marfrig. Nós esperamos uma reação bastante positiva das ações da Marfrig e uma reação negativa para a BRF.
Comentando de maneira rápida os números: a BRF roubou o show novamente, com boas margens e forte geração de caixa. A Marfrig, por sua vez, continua com resultados pressionados na sua operação nos Estados Unidos — com a pior margem já registrada pela operação — enquanto a operação da América do Sul continua apresentando bons números.
Sobre a fusão das companhias, que é o principal assunto desta análise: a proposta envolve a troca de ações da BRF (BRFS3) por ações da Marfrig (MRFG3). Para cada ação da BRF, os acionistas receberão 0,8521 ação da Marfrig. Para os acionistas da MRF que não desejarem seguir na nova estrutura, existe a possibilidade de pedir um reembolso de suas ações com preço estabelecido em R$ 19,89 por ação.
Após a incorporação, e dependendo do tamanho dos desembolsos para o reembolso de acionistas, a companhia poderá pagar dividendos de R$ 2,20 para os acionistas que eram da BRF e R$ 2,94 para os da Marfrig.
A composição da nova companhia ficará desta maneira:
A aprovação é garantida, pois os controladores da Marfrig irão votar na assembleia da BRF, já que, supostamente, a Marfrig não participou da negociação pela relação de troca. Essa operação é um exemplo de como tomar o controle de uma companhia sem pagar prêmio por ela.
A relação de troca nos parece desproporcional e favorecendo as ações da Marfrig, que é uma companhia mais alavancada e opera com margens menores. A relação mais justa em nossa visão seria 1:1. O valor por ação da BRF pago com a Marfrig ex-dividendos é de R$ 17,3 — um desconto de 16% ante o preço de fechamento de ontem.
A nova companhia surge como uma das maiores empresas de proteínas do mundo, com diversificação geográfica e de proteínas. No entanto, nos atuais múltiplos em que ela negocia, ainda não acreditamos que faça sentido se expor nos papéis, pois estão com premio ante a JBS, sua principal concorrente. O trade dos próximos meses, até a conclusão da operação, será de arbitragem entre as ações.
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.