Monte Bravo Analisa — Resultado Banco do Brasil 2T25

15/08/2025 • 2 mins de leitura

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O Banco do Brasil divulgou quinta-feira (14) pela noite seus resultados do segundo trimestre de 2025.

Como esperado, os números reportados foram ruins. O BB registrou uma queda pronunciada nos lucros e piora em todos os indicadores de crédito.

Apesar disso, é difícil prever como o mercado irá reagir aos números e projeções que o banco reportou. Isso acontece pois podemos ter o mercado se ancorando no piso da faixa de lucro — o que implicaria em múltiplos baixos, porém com um carregamento de dividendos baixos e dúvidas sobre como a carteira de crédito irá responder aos próximos meses. Nós reduziríamos exposição em caso de qualquer reação positiva do mercado.

Junto com o resultado, o banco divulgou suas novas projeções para o ano — o que a companhia deveria ter realizado com a divulgação dos números do 1T25. O BB revisou para baixo o lucro esperado para o ano para a faixa entre 21 e 25 bilhões de reais (vs 37-41 bi na projeção anterior), aumentando a PDD para R$ 53 – 56 bi (vs 38-42 bi).

As projeções nos parecem um pouco melhores do que o mercado estimava, o que poderia “animar” o mercado. Em nossa opinião, no entanto, dada as incertezas em relação a trajetória do crédito, elas parecem otimistas.

O banco também aproveitou para rebaixar o payout de dividendos para 30% do lucro líquido, o que no meio da faixa dos lucros projetados daria um dividend yield entre 5,5% e 6,5%.

Olhando o resultado, tivemos uma evolução nas margens financeiras, principalmente com clientes, explicado pelo aumento no volume da carteira e por spreads maiores. O banco ainda não tirou o pé do acelerador, o que, em nossa opinião, deveria ter sido feito.

Na parte de Receitas de Prestação de Serviços, os resultados também foram mais fracos graças as modificações da Res. 4.966.

Sobre a qualidade de crédito: no trimestre, os números mostraram novamente uma piora, conforme alertamos que poderia acontecer em nossas últimas análises. A inadimplência subiu para em 4,20% acima de 90 dias — a piora nos indicadores de inadimplência tem sido generalizada.

Sempre fomos um dos times mais negativos sobre os resultados de Banco do Brasil, mas não esperávamos que a deterioração fosse acontecer de maneira tão rápida como aconteceu. Independente disso, erramos ao não sermos mais vocais sobre os impactos que projetávamos.

Hoje o banco parece negociar em múltiplos atrativos. Apesar disso, temos dúvidas se o banco vai realmente entregar suas projeções e, por isso, continuamos neutros em relação aos papeis do BB. Também estamos aproveitando a oportunidade para baixar nosso preço alvo para R$ 22,50.

Entendemos que o Banco tem capacidade de recuperar seus resultados e voltar para um lucro mais próximo dos R$ 30-35 bilhões por ano, o que realmente tornaria os atuais múltiplos “muito descontados”. No entanto, conforme comentamos acima, hoje temos muitas dúvidas sobre o tempo que isso demandará e não temos visto o banco tomando os remédios amargos para acelerar essa retomada.

Banco do Brasil (BBAS3) — Neutro

Preço Alvo22,50
Preço Atual19,85
Upside13%
Capitalização de Mercado (R$ bi)113,76
Ações Emitidas (mi)5.730
Free Float30,2%

Performance

Semana+4,75%
Mês-5,02%
Ano-17,02%

Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.

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