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A Vale divulgou na noite desta terça-feira (28) seu relatório de produção do quarto trimestre de 2024.
Nós enxergamos que os números reportados foram ligeiramente abaixo do consenso, mas acreditamos que foi por um bom motivo. Isso acontece pois, desde o seu Investor Day, a companhia tem sido bastante vocal sobre uma mudança de postura em sua comercialização de minério, que passaria a focar mais na qualidade do minério vendido. Com isso, os menores números de produção e, principalmente, venda ocorreram pela diminuição de produção no Sistema Sul — de menor qualidade — e pela diminuição na venda de minério de terceiros. Graças a menor participação de minério de menor qualidade, a companhia volta a entregar um preço acima dos benchmarks.
A produção de minério de ferro ficou em com 85 milhões de toneladas, principalmente devido ao avanço da produção em S11D e Brucutu. A produção no Sistema Sul foi menor nesse trimestre, mas essa redução aconteceu pela estratégia da companhia em diminuir a compra de terceiros e diminuir a produção de minério com alto teor em sílica. Esperamos que, com a maturação do Projeto Vargem Grande 1, a companhia volte a aumentar a produção e a qualidade média no Sistema Sul. A produção de Pelotas atingiu 9,17 milhões de toneladas.
É importante ressaltar que a companhia teve uma produção de 328 Mt no ano de 2024. Esta foi a maior produção desde 2018 e ficou faixa de cima do guidance revisado.
As vendas de minério de ferro foram em linha com nossas projeções, com destaque para o preço realizado melhor do que imaginávamos. É importante ressaltar que a companhia transformou o desconto em relação ao benchmark do último trimestre em prêmio — uma boa evolução e em linha com a nova estratégia da empresa.
Em metais básicos (cobre e níquel), continuamos a ver uma boa evolução na produção de cobre. O processo de melhorias parece bem encaminhado.
De modo geral, apesar de ser ligeiramente mais fraco do que esperávamos, o resultado trouxe uma evolução interessante ante os últimos trimestres, com a nova política comercial da companhia mostrando resultados. Esperamos uma reação ligeiramente positiva do mercado, já que a companhia tem conseguido entregar o que tem prometido.
Estamos mais confortáveis com a tese de Vale. Isso acontece pois temos vistos algumas de nossas dúvidas sendo bem respondidas, principalmente na capacidade de aumento de produção e aumento da qualidade média do minério. As operações de Metais Básicos continuam avançando — talvez não na velocidade que o mercado esperava, mas tem mostrado evolução — e esperamos que ganhem mais relevância nos próximos trimestres.
Entre os pontos de atenção que tínhamos em relação à companhia, a Vale entregou eficiência operacional, escolheu um novo CEO em um processo transparente, resolveu as questões de Mariana e das concessões das Ferrovias.
Mantemos nossa recomendação de compra em vale. Nós estamos confiantes na capacidade de geração de valor através do aumento da produção e da qualidade média do minério e entendemos que, mesmo em um cenário mais desafiador para o minério, as medidas adotadas tornaram a companhia mais eficiente. Além disso, esperamos que os avanços realizados em Ferrosos também sejam alcançados em Metais Básicos.
Vale (VALE3) — Compra
Preço Alvo | 70 |
Preço Atual | 52,65 |
Upside | 33% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 239 |
Ações Emitidas (mi) | 4.271 |
Free Float | 73,0% |
Performance
Semana | -2,79% |
Mês | -3,60% |
Ano | -2,68% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.