Com setor tech e Bitcoin no radar, mercado retoma o apetite por risco

03/12/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

O apetite por risco retorna de forma seletiva aos mercados globais nesta quarta-feira. O movimento é sustentado pela alta das ações de tecnologia e pela recuperação do Bitcoin após a criptomoeda ter registrado ontem (02) seu pior desempenho desde março.

A sazonalidade favorável de dezembro para as bolsas dos EUA e as apostas em cortes de juros no horizonte reforçam a busca por ativos de maior risco. Ao mesmo tempo as especulações sobre a sucessão no comando do Fed ganham espaço.

As expectativas embutem cerca de 90 pontos base de redução na taxa dos Fed funds até o fim de 2026 — movimento reforçado pela possibilidade de Kevin Hassett, ex-economista-chefe do Fed e aliado de Trump, ser indicado para a presidência da autoridade monetária. Trump afirmou que anunciará o nome para o cargo no início de 2026.

Os juros dos Treasuries recuam nesta quarta, enquanto investidores aguardam novos indicadores econômicos e mantêm a aposta em corte de juros na reunião do Fed da próxima semana. O Treasury de 10 anos cai menos de 1 p.b., a 4,08%, o de 30 anos opera praticamente estável em 4,75% e o título de 2 anos recua mais de 1 p.b., a 3,50%.

O dólar opera em leve baixa no mercado internacional, com o DXY recuando 0,25% e cotado a 99,11 pontos. O ouro apresenta ajuste discreto em queda de 0,09%, cotado a US$ 4.201,91 por onça troy, enquanto a Bitcoin avança 1,71%, negociado a US$ 93.173 — recuperando-se da forte liquidação da sessão anterior.

O petróleo trabalha em alta nesta manhã, com o WTI avançando 1,24% e cotado a US$ 59,37 por barril. Já o minério de ferro em Cingapura registrou valorização de 0,46%, cotado a US$ 107,40 por tonelada.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com o Shanghai CSI 300 recuando 0,51%, enquanto o Nikkei avançou 1,14%.

Na Europa, os mercados acionários operam em alta moderada, com o Euro Stoxx avançando 0,56%. Em Wall Street, as ações sobem na esteira do avanço dos papéis de tecnologia, com destaque para a alta da Nvidia.

No Brasil, ontem o Ibovespa fechou em alta de 1,56%, aos 161.092, pontos e o IFIX avançou 0,22%. O dólar terminou o dia em queda de 0,52%, cotado a R$ 5,3279. A curva de juros apresentou perda de inclinação, com os vértices longos recuando mais do que os curtos.

Economia

Zona do euro: O PMI de serviços avançou de 53 em outubro para 53,6 pontos em novembro. O resultado superou tanto a projeção do mercado quanto a estimativa preliminar de 53,1 pontos, indicando uma expansão mais forte do que inicialmente previsto no setor de serviços.

O PMI composto, que agrega serviços e indústria, também mostrou melhora no período, passando de 53 em outubro para 53,6 pontos em novembro. O dado final veio acima da leitura preliminar de 52,4 pontos, reforçando sinais de crescimento mais robusto na atividade econômica do bloco.

Brasil: A produção industrial recuou 0,5% em outubro de 2025 ante outubro de 2024, depois de avançar 2,0% em setembro. Na série com ajuste sazonal, houve leve alta de 0,1% na passagem mensal, após queda de 0,4% no mês anterior. A média móvel trimestral se manteve em +0,1% pelo segundo mês seguido, confirmando uma trajetória levemente positiva.

Na comparação interanual, o recuo foi totalmente explicado pela queda de 2,2% na Transformação, enquanto a Extrativa cresceu 10,1% e sustentou parte do índice geral. Entre as categorias de uso, destacaram-se os avanços de bens de consumo duráveis, bens de capital e bens de consumo semi e não duráveis, ao passo que bens intermediários caíram 0,8%. Com isso, a produção industrial permaneceu 2,4% acima do nível pré-pandemia, mas ainda 14,8% aquém do pico de 2011.

No recorte setorial, 12 de 25 atividades cresceram na margem, com índice de difusão de 48%, ligeiramente abaixo do mês anterior. Entre os destaques positivos estiveram indústrias extrativas, produtos alimentícios, veículos automotores, produtos químicos e equipamentos eletrônicos. A produção de petróleo e derivados e produtos farmacêuticos puxaram os principais recuos.

Os insumos típicos da construção civil — que são uma proxy para o investimento em construção civil — mantiveram desempenho fraco, com quedas de 3,3% na comparação anual e de 1,0% na margem. Com o resultado da indústria, o tracking do PIB indica alta de 0,1% na margem no 4° trimestre e crescimento de 1,9% em 2025.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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