Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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As principais empresas de inteligência artificial perderam força no pregão de quinta-feira (06). Nomes como Nvidia, AMD, Tesla e Microsoft registraram quedas expressivas, que pressionaram o mercado em geral. A baixa foi intensificada por dados privados que mostraram cortes de empregos em outubro, tornando 2025 o pior ano para demissões desde 2009.
Os três índices de referência dos EUA acumulam perdas nesta semana, em movimento iniciado na terça-feira (04), diante dos temores sobre avaliações excessivas no setor de tecnologia. O S&P 500 recua 1,80% na semana, enquanto o Dow Jones Industrial Average perde cerca de 1,40% e o Nasdaq acumula queda de 2,80%.
Empresas sediadas nos EUA cortaram mais de 150 mil postos de trabalho em outubro, segundo relatório privado da Challenger, Gray & Christmas divulgado na quinta-feira. Foi a maior redução para o mês em mais de 20 anos, em meio à adoção de mudanças impulsionadas pela IA e intensificação de cortes de custos.
Os mercados futuros atribuem 69% de probabilidade para um corte de juros em dezembro, acima dos 62% do dia anterior. No entanto, o número permanece bem abaixo das cerca de 98% de chances precificadas no fim de outubro.
As taxas dos Treasuries avançam nesta sexta-feira (07). A taxa do título de 10 anos sobe para 4,11%, enquanto a de 2 anos está em 3,58%. O título de 30 anos avança para 4,70%.
O dólar recuou ontem após os dados do mercado de trabalho dos EUA. O índice do dólar (DXY) permanece estável em 99,80 nesta manhã. O ouro à vista avança 0,40% nesta sexta, cotado a US$ 3.994,03 por onça, enquanto o Bitcoin recua para US$ 100.652. O petróleo se recupera após três dias de quedas, em meio a preocupações com excesso de oferta e demanda enfraquecida nos EUA. O Brent avança US$ 0,21, ou 0,33%, para US$ 63,59 por barril.
Os mercados da Ásia fecharam em baixa hoje, acompanhando as quedas de Wall Street diante das persistentes preocupações com avaliações elevadas das ações de inteligência artificial. O índice Nikkei 225 do Japão recuou 1,19%. O Hang Seng de Hong Kong caiu 0,92%, enquanto o CSI 300 da China continental perdeu 0,31%.
Na Europa, os mercados operam em baixa, ampliando as perdas da sessão anterior, também pressionados pelos temores relacionados à IA. O STOXX 600 recua 0,37%, enquanto os futuros dos EUA abriram próximos da estabilidade.
No Brasil, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,03% ontem, registrando novo recorde de fechamento aos 153.338 pontos. O dólar encerrou o dia em baixa de 0,20%, cotado a R$ 5,34. Os juros futuros fecharam em alta nos termos mais longos.
EUA: Três presidentes regionais do Federal Reserve — Beth Hammack (Cleveland), Austan Goolsbee (Chicago) e John Williams (Nova York) — discursaram ontem. Eles apresentaram avaliações distintas, mas convergentes, sobre os riscos que cercam a economia americana.
Hammack afirmou que a inflação elevada continua sendo o principal desafio do Fed e defendeu a manutenção de uma política monetária “moderadamente restritiva”. Ela alertou que cortes prematuros de juros poderiam minar a credibilidade da instituição.
Goolsbee expressou desconforto com novas reduções, citando a falta de dados oficiais durante o shutdown e a persistência da inflação de serviços, que segue em 3,5% em 12 meses. Assim, ele recomendou uma abordagem mais cautelosa.
Williams, por sua vez, abordou a taxa neutra de juros — estimando-a em torno de 1%, abaixo das expectativas do mercado — e reiterou que o ambiente de juros estruturalmente baixos ainda predomina.
As declarações reforçam o tom de vigilância e prudência dentro do Fed, alinhando-se às recentes falas de outros dirigentes, como Lorie Logan e Jeffrey Schmid, que defendem uma pausa no ciclo de cortes até que haja maior confiança na trajetória de desinflação.
Brasil: A balança comercial registrou superávit de US$ 7,0 bilhões em outubro, acima das projeções de superávit de US$ 6,2 bilhões. O resultado positivo foi impulsionado tanto por exportações mais fortes, que somaram US$ 32,0 bilhões, quanto por importações abaixo do esperado, de US$ 25,0 bilhões.
O desempenho das vendas externas segue sustentado por petróleo, soja e minério de ferro, enquanto as importações mostram sinais de arrefecimento após o pico observado em setembro com a compra de uma plataforma de petróleo. No acumulado do ano, o saldo comercial permanece cerca de US$ 10 bilhões inferior ao de 2024, refletindo a maior demanda doméstica em 2025.
No comércio por destino, as exportações para os EUA caíram 37,7% na comparação anual, mantendo a trajetória de desaceleração observada nos últimos meses. Em compensação, o aumento das vendas para China e Índia — especialmente em commodities agropecuárias, como carne bovina — evidencia o sucesso do redirecionamento das exportações brasileiras.
Brasil: O IGP-DI recuou 0,03% em outubro após alta de 0,36% em setembro. O índice acumula queda de 1,31% no ano e alta de 0,73% em 12 meses.
A deflação foi impulsionada pela queda nos preços de produtos agropecuários, como café, trigo, soja e leite in natura, que exerceram forte pressão baixista sobre o IPA. No varejo, o alívio veio de passagens aéreas e tarifas de energia elétrica, que reduziram o IPC em 0,18 p.p. Por outro lado, o INCC acelerou, refletindo aumentos de custos de mão de obra e de materiais de construção.


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.

Não houve divulgação de indicadores relevantes.
Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |