Após ameaças de Trump, mercado volta atenções para shutdown e temporada de balanços

13/10/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os contratos futuros de ações americanas sobem nesta segunda-feira (13), recuperando parte das perdas da sessão anterior, após o presidente Donald Trump afirmar que as relações comerciais com a China “ficarão bem”.

Os futuros do Dow Jones avançam 434 pontos, ou quase 1,00%, enquanto os do S&P 500 e do Nasdaq 100 sobem 1,30% e 1,90%, respectivamente.

Entre as grandes empresas de tecnologia, Apple e Meta Platforms registram ganhos acima de 1,00%. A AMD avança 4,20% e a Nvidia sobe 3,40%. O movimento ocorre após uma publicação de Trump na rede Truth Social ontem (12), que levou investidores a acreditar que o presidente pode não seguir adiante com a ameaça de impor um “aumento maciço de tarifas” sobre produtos chineses. O comentário anterior, feito na sexta-feira (10), havia reacendido o temor de uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, provocando forte queda nas bolsas e a perda de aproximadamente US$ 2 trilhões em valor de mercado.

Apesar do alívio momentâneo, persistem preocupações relevantes. A paralisação parcial do governo americano entra em mais uma semana, enquanto se aproxima o prazo para o pagamento da folha de servidores públicos. O dia 15 de outubro marca a próxima data de pagamento da maioria dos funcionários federais — e pode ser a primeira em que muitos não receberão seus salários.

A temporada de resultados começa nesta semana com os grandes bancos. Citigroup, Goldman Sachs, Wells Fargo, JPMorgan Chase, Bank of America e Morgan Stanley divulgarão seus números entre terça (14) e quarta-feira (15).

A taxa do Treasury de 10 anos recua 11 pontos base, a 4,04%. O ouro avança 2,30%, atingindo novo recorde em US$ 4.093,00 por onça-troy, enquanto o dólar sobe 0,10% frente a uma cesta ponderada de moedas.

Os preços do petróleo sobem nas negociações iniciais, após as declarações mais brandas de Trump sobre a China dois dias depois de ameaçar impor tarifas adicionais de 100% sobre importações de Pequim. O Brent e o WTI ganham 1,60% — cotados a US$ 63,71 e US$ 59,39 por barril, respectivamente — depois de acumularem queda próxima a 4% na semana passada.

Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram o dia em baixa, refletindo o aumento das restrições comerciais e a troca de acusações entre China e Estados Unidos, o que reacendeu as tensões entre as duas maiores economias do planeta.

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,73%, aos 140.680 pontos. O dólar encerrou em alta de 2,39%, a R$ 5,504, enquanto as taxas de juros avançaram ao longo de toda a curva.

Economia

EUA: O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan recuou 0,1 ponto em outubro, para 55,0 pontos, levemente acima das expectativas. O subíndice que mede as condições econômicas atuais avançou 0,6 ponto, para 61,0 pontos, enquanto o componente de expectativas dos consumidores caiu 0,5 ponto, para 51,2 pontos. As entrevistas realizadas indicam que o atual shutdown do governo federal ainda não afetou de forma significativa a percepção sobre a economia.

EUA: A decisão da China de ampliar significativamente os controles sobre a exportação de minerais de terras raras elevou as tensões comerciais com os Estados Unidos. Em resposta, o presidente Donald Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro e restringir a exportação de softwares críticos. O mercado avalia se essas medidas serão de fato implementadas — o que poderia afetar cadeias globais de suprimentos e o setor de tecnologia — ou se representam apenas uma tática de pressão antes das negociações bilaterais previstas para ocorrer às margens da reunião da APEC, na Coreia do Sul. Analistas apostam que Washington e Pequim devem manter a trégua tarifária e buscar concessões limitadas, embora as recentes movimentações ampliem o risco de novos atritos comerciais.

Nas próximas semanas, investidores estarão atentos a sinais da Casa Branca sobre o rumo da política comercial, possíveis anúncios de um encontro entre Xi Jinping e Trump e eventuais medidas de retaliação por parte da China. Em publicação nas redes sociais, o presidente americano indicou disposição para encontrar uma saída negociada, mas a incerteza mantém o mercado em alerta.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (10/10/2025):

  • IPCA/2025 caiu de 4,80% para 4,72%, enquanto o IPCA/2026 ficou estável em 4,28%;
  • PIB/2025 ficou estável em 2,16%, enquanto o PIB/2026 ficou estável em 1,80%;
  • Dólar/2025 ficou estável em R$ 5,45, enquanto o Dólar/2026 caiu de R$ 5,53 para R$ 5,50;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,25% a.a.;
  • Primário/25 ficou estável em -0,50%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

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Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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