Risco fiscal volta ao centro das atenções no Brasil

03/10/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram o pregão de ontem (02) em níveis recordes, com investidores ignorando preocupações relacionadas à paralisação do governo. O S&P 500 avançou 0,06%, aos 6.715 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,39%, fechando em 22.844,5 pontos, impulsionado pela valorização das ações da Nvidia.

A paralisação do governo dos EUA, que deve continuar pelo terceiro dia nesta sexta-feira (03), intensificou preocupações já presentes entre investidores ao longo do ano — como os riscos macroeconômicos, pressões inflacionárias e sinais de desaceleração no mercado de trabalho.

O mercado observa com atenção a duração do impasse para avaliar a gravidade de seus efeitos econômicos.

A principal dúvida entre os investidores segue sendo a duração do atual impasse orçamentário. Em mercados de previsão, operadores apostam que o shutdown pode se prolongar por até duas semanas. A suspensão da divulgação de dados econômicos durante a paralisação preocupa. O relatório de empregos não agrícolas de setembro não será publicado hoje devido à interrupção das atividades do Departamento do Trabalho.

Historicamente, shutdowns não têm sido eventos com impacto relevante sobre os mercados, pois a atividade se recompõe após a reabertura. No entanto, se houver demissões e redução da renda, o roteiro pode ser diferente.

A presidente do Federal Reserve de Dallas, Lorie Logan, afirmou na quinta-feira que o banco central agiu corretamente ao cortar os juros no mês passado, como forma de se proteger contra uma possível deterioração acentuada no mercado de trabalho. Ela ressaltou, no entanto, que o desaquecimento tem sido gradual e sinalizou não estar inclinada a promover novos cortes no curto prazo.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiram levemente nesta hoje. O papel de 10 anos está em 4,1%, enquanto o de 2 anos permanece estável em 3,5%. O título de 30 anos rende 4,7%.

O índice do dólar (DXY) — que mede a moeda americana frente a seis pares relevantes, incluindo euro e iene — recua 0,1%, para 97,8 pontos. O ouro segue em alta de 0,2%, com o metal à vista negociado a US$ 3.766. O petróleo tipo Brent opera em alta de 0,2%, cotado a US$ 64,43 o barril.

Na Ásia, os mercados fecharam mistos. As bolsas europeias abriram em alta nesta sexta, com índice pan-europeu STOXX 600 avançando 0,3% — em linha com os futuros de ações nos Estados Unidos.

Ontem, o risco fiscal voltou a influenciar os preços no Brasil, diante da aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. As medidas de compensação apresentadas até o momento são vistas como incertas e insuficientes para cobrir o impacto fiscal.

O Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,08%, aos 143.949 pontos. O dólar fechou cotado a R$ 5,33, em alta de 0,2%, enquanto os juros futuros subiram de forma significativa.

Economia

Brasil: O IPC-FIPE avançou 0,65% em setembro e acumula alta de 5,41% em 12 meses. O principal impacto veio de Habitação (1,66%), com o fim do efeito baixista do Bônus de Itaipu sobre a tarifa de energia elétrica (15,39%). A reversão da queda em Transportes (1,01%) foi explicada pelo aumento nos preços de ônibus (2,86%), influenciado pelo menor número de domingos em relação a agosto. A queda mais acentuada em Alimentação (-0,52%) foi puxada por tubérculos (-13,94%), legumes (-6,77%) e derivados da carne (-0,97%).

Europa: O PMI composto da zona do euro subiu para 51,2 pontos em setembro, indicando leve aceleração da atividade econômica. O setor de serviços liderou o movimento, com melhora na demanda doméstica. As exportações seguem fracas e a geração de empregos permanece estável. Os preços desaceleraram, mas as expectativas para os próximos 12 meses atingiram o maior nível em 11 meses.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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