IPCA de agosto surpreende com deflação moderada e núcleos pressionados por bens e serviços intensivos em trabalho

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Por: Monte Bravo
10/09/2025 • 3 mins de leitura

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  • IPCA registrou deflação de 0,11% em agosto;
  • Resultado menos benigno que o esperado foi resultado de deflação menos intensa e núcleos mais elevados;
  • Dinâmica dos núcleos reforça necessidade dos juros em patamar restritivo
  • Para setembro, projetamos alta de 0,75% no IPCA
  • Mantemos nossa projeção de 5,0% para o IPCA acumulado em 2025.

O IPCA registrou deflação de 0,11% em agosto, ficando em linha com a nossa expectativa (-0,10%) e acima do consenso do mercado (-0,16%).

O IPCA de agosto foi menos benigno do que o esperado, com deflação menos intensa e núcleos mais elevados em especial na parte de bens e serviços ligados ao emprego.

As deflações de alimentos, energia elétrica, eletroeletrônicos, automóvel novo e gasolina ocorreram como esperado. No entanto, foram registradas pressões acima do esperado em vestuário e serviços intensivos em trabalho.

A dinâmica dos núcleos da inflação tem indicado uma trajetória de desinflação gradual, reforçando a necessidade da manutenção da política monetária em patamar restritivo.

A desinflação de serviços requer cautela na condução da política monetária. Avaliamos que a desaceleração do ritmo de abertura de vagas formais e o aumento gradual da taxa de desemprego nos próximos trimestres deverão permitir a redução das pressões inflacionárias no grupo.

Nossa visão é que até o início de 2026 a inflação projetada pelo Banco Central no horizonte relevante vai estar na meta. Isso deve levar o Banco Central a promover o início do ciclo de cortes de juros a partir de janeiro de 2026, levando a taxa Selic para 11,0% ao final do ciclo.     

Em agosto, os núcleos da inflação não confirmaram a expectativa de arrefecimento na margem, voltando a acelerar devido à maior inflação de bens e serviços intensivos em trabalho.

Os núcleos registraram alta de 0,30% no mês, levemente acima dos 0,27% de julho. No acumulado de 12 meses, a variação ficou estável em 5,1%. A média móvel trimestral anualizada subiu para 4,6% em agosto, indicando as pressões mais disseminadas de preços no período.

O núcleo de bens acelerou de 0,03% em julho para 0,49% em agosto, influenciado pelas altas de vestuário, móveis e utensílios domésticos. Em 12 meses, a variação subiu de 3,3% para 3,7%.

Os serviços tiveram arrefecimento, com destaque para a deflação de passagens aéreas e recreação devido aos descontos de cinema e teatro.

O núcleo de serviços, excluindo passagens aéreas, avançou 0,34% em agosto. Em termos anuais, o núcleo permaneceu estável em 6,7% em agosto. A inflação de serviços segue sendo o principal desafio para a desinflação da economia.

Para agosto, projetamos alta de 0,75% no IPCA, alta influenciada pela saída do desconto na tarifa de energia elétrica decorrente do bônus de Itaipu, a menor deflação de alimentos e a continuidade da pressão em bens e serviços.

A projeção do IPCA para 2025 foi mantida em 5,0%.

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236
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