Discurso de Powell aumenta apostas em corte de juros nos EUA

25/08/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole na sexta-feira (22) sinalizou uma probabilidade crescente de corte de juros em setembro.

O mercado reagiu positivamente após o discurso anual de Powell no simpósio de Jackson Hole, ainda que  o pronunciamento tenha preservado a abordagem habitual de alta dependência dos dados. As bolsas norte-americanas avançam, puxando ativos de risco ao redor do mundo.

Nesta semana, os mercados observarão com atenção o índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) de julho, que será divulgado na sexta-feira (29). Economistas projetam alta de 2,90% na taxa anual do núcleo do PCE — que exclui alimentos e energia — ante o avanço de 2,80% registrado em junho.

As expectativas por um corte de 25 pontos base na taxa de juros em setembro saltaram para cerca de 84%.

As taxas dos Treasuries sobem levemente. A taxa do Treasury de 10 anos avança para 4,26%, enquanto a de 2 anos está em 3,71%.

O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas como o iene e o euro — recuou 1,10% após os comentários de Powell. Hoje, o índice sobe 0,20%, a 97,90 pontos.

O ouro opera em queda nesta segunda-feira (25), após se aproximar de máximas em duas semanas. O ouro à vista cai 0,20%, cotado a US$ 3.364,29 por onça.

O Ether renovou seu recorde histórico no fim de semana, após atingir nova máxima na última sexta-feira — a primeira desde 2021. Enquanto isso, o Bitcoin chegou a devolver todos os ganhos da alta de sexta, a criptomoeda está em queda de 0,60%, operando em torno de US$ 113.080.

Os preços do petróleo sobem levemente nesta segunda. O contrato futuro do Brent avança US$ 0,06, ou 0,09%, a US$ 67,79 por barril.

Os mercados asiáticos encerraram o pregão em alta hoje, com destaque para as bolsas da China e de Hong Kong. O índice Hang Seng, de Hong Kong, disparou 2,11%, impulsionado pelo setor de tecnologia. Na China continental, o CSI 300 subiu 1,39% e renovou sua máxima de 37 meses. No Japão, o índice Nikkei 225 avançou 0,27%.

Na Europa, os mercados operam em leve alta no início da nova semana, enquanto nos EUA os futuros de ações também registram leve avanço.

Na sexta-feira, por aqui o Ibovespa fechou em alta de 2,57%, aos 137.968 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,97%, cotado a R$ 5,4258, enquanto as taxas futuras de juros recuaram.

Economia

EUA: O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou em Jackson Hole que o banco central pode iniciar cortes de juros já em setembro. Em seu discurso, ele destacou que o mercado de trabalho dos EUA está passando por uma desaceleração incomum, marcada tanto pela menor demanda quanto pela oferta de trabalhadores. Powell alertou que esse cenário aumenta os riscos de perda de empregos, que podem se materializar de forma rápida, com mais demissões e alta no desemprego.

Sobre a inflação, Powell afirmou que os efeitos das tarifas impostas recentemente tendem a ser limitados, representando mais um choque de nível do que uma pressão duradoura sobre os preços. Embora tenha reconhecido riscos de que tarifas possam alimentar novas pressões inflacionárias, ele ressaltou que as expectativas permanecem ancoradas e que o mercado de trabalho menos apertado reduz a probabilidade de uma espiral de salários e preços.

Na avaliação geral, Powell disse que os riscos hoje estão assimetricamente distribuídos: positivos para a inflação, mas negativos para o emprego. Esse diagnóstico, combinado ao fato de que os juros seguem em território restritivo, abre espaço para ajustes na política monetária. O discurso reforça nosso cenário de um corte de 25 pontos base em setembro, seguido por reduções adicionais em outubro e dezembro o que deverá levar a taxa básica para 3,75% ao fim de 2025.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (22/08/2025):

  • IPCA/2025 caiu de 4,95% para 4,86%, enquanto o IPCA/2026 caiu de 4,40% para 4,33%;
  • PIB/2025 caiu de 2,21% para 2,18%, enquanto o PIB/2026 caiu de1,87% para 1,86%;
  • Dólar/2025 caiu de R$ 5,60 para R$ 5,59, enquanto o Dólar/2026 caiu de R$ 5,70 para R$ 5,64;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,50% a.a.;
  • Primário/25 caiu de -0,50% para -0,53%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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