Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais seguem atentos ao cenário tarifário e às expectativas para a próxima reunião do Federal Reserve, marcada para 17 de setembro. Ontem (13), as ações norte-americanas mantiveram sua escalada, com o S&P 500 avançando 0,30%, o Nasdaq subindo 0,10% — ambos renovando máximas históricas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor “consequências severas” caso o presidente russo, Vladimir Putin, não aceite um acordo de paz na Ucrânia.
O mercado já embutiu quase 100% de chance de que o Fed cortará os juros na próxima reunião, reduzindo a taxa atual de 4,25% a 4,50%. As taxas dos Treasuries caem nesta quinta-feira (14). Investidores aguardam novos dados de inflação e observam com atenção o encontro de Jackson Hole, promovido pelo Fed de Kansas City entre os dias 21 e 23 de agosto. O evento costuma ditar os rumos da política monetária americana.
A taxa do Treasury de 10 anos recua 3 pontos base, para 4,20%, enquanto a de 2 anos cai para 3,67%. Já a taxa do título de 30 anos cede para 4,80%.
O dólar americano teve leve alta frente às principais moedas nesta quinta, mas permaneceu próximo das mínimas de várias semanas à medida que aumentam as apostas de que o Fed voltará a cortar os juros no mês que vem. O índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda frente a uma cesta de divisas, manteve-se estável em 97,60 pontos.
O Bitcoin, por sua vez, atingiu mais cedo seu primeiro pico desde 14 de julho, chegando a US$ 124.480,82 antes de devolver parte dos ganhos. A criptomoeda está negociando em queda de 2%, por volta de US$ 120.863.
Os preços do petróleo sobem hoje, com investidores ponderando os possíveis impactos da cúpula EUA-Rússia sobre os fluxos de petróleo russo. O Brent avançou US$ 0,45, ou 0,70%, para US$ 66,08 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta quinta. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,37%, enquanto o CSI 300, da China continental, encerrou estável. O Nikkei 225, do Japão, recuou 1,45%.
Na Europa, as bolsas abriram em alta, com o índice pan-europeu STOXX 600 acumulando ganho de 0,20% até o momento, com a maioria dos setores no azul.
Os futuros das bolsas americanas operavam próximos da estabilidade na manhã de hoje, após S&P 500 e Nasdaq renovarem seus recordes.
Ontem, o Ibovespa cedeu 0,89%, a 136.687 pontos. O dólar comercial encerrou a quarta-feira em alta de 0,27%, a R$ 5,40, e os juros futuros fecharam em queda ao longo de toda a curva.
Brasil: O comércio varejista restrito registrou alta modesta de 0,3% em junho em relação ao mesmo mês de 2024, resultado bem abaixo das projeções de mercado. O varejo ampliado caiu 3,0% na mesma base de comparação, contrariando expectativas de crescimento. Na série com ajuste sazonal, o varejo restrito ficou praticamente estável (-0,1% na margem), enquanto o ampliado recuou 2,5%, acumulando queda de 4% nos últimos três meses e atingindo o menor volume de vendas desde dezembro de 2023. O principal fator negativo no varejo restrito foi o setor supermercadista, que surpreendeu com retração de 0,5% tanto na margem quanto no ano, apesar da estabilidade ou queda nos preços de alimentos.
Outros segmentos do restrito também contribuíram para o resultado fraco, como móveis e eletrodomésticos e artigos farmacêuticos, com quedas de 1,2% e 0,9% na margem, respectivamente. Do lado positivo, vestuário manteve alta consistente, acumulando cinco meses de crescimento. No varejo ampliado, as categorias exclusivas apresentaram forte retração: veículos e peças, materiais de construção e atacarejo — este último registrando sua queda interanual mais acentuada desde novembro de 2024.
Esse quadro reflete forças opostas: estímulos à demanda e mercado de trabalho aquecido sustentam parte do consumo, mas inflação elevada, juros altos, menores concessões de crédito e endividamento das famílias limitam a expansão das vendas. Com o resultado das vendas do varejo, o tracking do PIB para o 2° trimestre foi revisado de 0,2% para 0,1% na margem. A projeção para 2025 foi mantida em 1,9%.
Brasil: O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira um pacote emergencial para mitigar o impacto das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. As ações incluem crédito facilitado, desoneração tributária, compras públicas e ajustes em regimes aduaneiros. O destaque é a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, com recursos do Fundo Garantidor de Exportação, priorizando empresas mais afetadas e de menor porte.
Além disso, serão aportados R$ 4,5 bilhões em fundos garantidores para ampliar o acesso de pequenas e médias empresas ao financiamento, condicionados à manutenção de empregos. O pacote também autoriza compras públicas emergenciais de produtos atingidos, reformula o programa Reintegra com alíquotas maiores para micro e pequenas empresas e adota diferimento de tributos federais por até dois meses para aliviar o caixa das companhias.
Segundo o governo, o impacto fiscal estimado de R$ 5 bilhões com o Reintegra não comprometerá as metas fiscais. Ainda assim, o Ministério da Fazenda deu declarações que o montante total de gastos do pacote de R$ 9,5 bilhões poderá ser retirado das metas de resultado primário de 2025 e 2026.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |